Petista Marcelo Oliveira é reeleito prefeito de Mauá

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), foi reeleito neste domingo (27), derrotando o ex-prefeito Átila Jacomussi (União Brasil) no segundo turno das eleições municipais de 2024 na cidade de cerca de 400 mil habitantes na Grande São Paulo. Com 98% das urnas apuradas, Marcelo tem 54,15% dos votos válidos, contra 45,85% de Átila.

Com o resultado, Marcelo consegue quebrar um tabu na política mauaense: apenas um prefeito na história da cidade havia sido reeleito, o também petista Oswaldo Dias, em 2000. Para conseguir a vitória, Marcelo se apoiou em uma coalizão de dez partidos, que ia do PSOL, à esquerda, ao Podemos, à direita.

A vitória de Marcelo é um raro triunfo do PT na Grande SP. O petista havia recebido os apoios dos candidatos que terminaram na quarta e quinta colocação do primeiro turno: Zé Lourencini (PSDB), que obteve 6,78% dos votos, e Amanda Bispo (UP), que teve 2,33%. O terceiro colocado, o bolsonarista Sargento Simões (PL), que recebeu 10,2%, declarou neutralidade.

Marcelo finalizou a primeira rodada com 45,13% dos votos, e Átila, com 35,56%.

O prefeito recebeu apoio ainda de vários membros do governo federal, inclusive do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do presidente Lula (PT), que participou de um comício do petista em 18 de outubro.

Nascido em Mauá, no ABC Paulista, em 1972, Marcelo é formado em processos de produção. Foi representante sindical em órgãos de metalúrgicos e foi eleito vereador pela primeira vez em 2008. Foi reeleito em 2012 e 2016 e chegou a presidir a Câmara Municipal entre 2015 e 2016. Em 2020, foi eleito para o executivo de Mauá, derrotando Átila.

Neste ano, Mauá viu uma campanha com trocas de acusações entre os dois principais candidatos. Em um debate realizado pelo G1 no primeiro turno, o petista chamou o ex-prefeito de “pinóquio”, dizendo que ele mente a seu respeito, e foi chamado de “prefeito home office” pelo adversário, que o acusou de não sair do gabinete.

Quando se enfrentaram nas urnas pela primeira vez em 2020, Marcelo saiu vencedor em uma virada no segundo turno, por uma margem de menos de 3.000 votos.

Se houvesse saído vitorioso neste domingo, Átila corria o risco de não governar e Mauá poderia ter que realizar nova eleição. Sua candidatura está sub judice, ou seja, aguardava liberação da Justiça Eleitoral. O julgamento no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) foi paralisado na última quinta-feira (24) após a juíza Cláudia Bedotti pedir vista.

O placar estava em 2 a 1 a favor da inelegibilidade de Átila, mas ainda faltavam os votos de quatro magistrados.

A raiz dos problemas do candidato com a Justiça Eleitoral está na rejeição das contas de seus quatro anos de mandato à frente de Mauá, quando foi prefeito, pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o que o torna inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa.

Átila já governou a cidade entre 2017 e 2020, período em que estava no PSB. Em 2016, ele derrotou o candidato petista à reeleição Donisete Braga, e em 2020, foi derrotado em sua própria tentativa de reeleição por Marcelo.

Átila estabeleceu uma comunicação nas redes sociais que remetia a candidatos bolsonaristas e até à estratégia de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições paulistanas, usando de temas de costumes, como a liberação de drogas, para atacar o adversário, além de relacioná-lo aos escândalos de corrupção do PT.

O Datafolha havia projetado a vitória de Marcelo às 18h29. Para fazer essa projeção, o instituto acompanha os dados da apuração divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, por meio de um sistema próprio, faz a projeção do resultado considerando o peso que cada zona eleitoral tem em relação ao total de eleitores de cada cidade. Quando há um número razoável de votos apurados em todas as zonas eleitorais, poderá ser possível estimar que um candidato não pode mais ser ultrapassado, e, portanto, projetar sua vitória.

BRUNO XAVIER / Folhapress

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