‘Petrobras Arábia’, acordo Mercosul-UE sob risco e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – ‘Petrobras Arábia’, acordo Mercosul-UE sob risco e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (4).

**PRATES FALA EM PETROBRAS ARÁBIA APÓS BRASIL NA OPEP+**

Após o Brasil ter confirmado sua adesão à Opep+, (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a estatal avalia abrir uma unidade no Oriente Médio.

“Vamos analisar a viabilidade de estabelecer uma subsidiária integral no Golfo: Petrobras Arábia”, disse Prates à Bloomberg News.

Mente “muito fértil”: foi isso que o presidente Lula (PT) disse em relação ao CEO da Petrobras quando questionado sobre a declaração de Prates.

“Primeiro, você deve fazer essa pergunta para o Jean Paul Prates. Porque eu não fui informado de que gente vai criar uma Petrobras aqui [no Oriente Médio]”.

“Como a cabeça dele é muito fértil, e ele pensa numa velocidade de Fórmula 1, e eu funciono numa velocidade de Volkswagen, eu preciso aprender o que é isso que ele vai fazer”, afirmou.

A mensagem de Prates está inserida no contexto de adesão do Brasil à Opep+. O convite e a confirmação de Lula sobre a entrada no grupo aconteceram durante a COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

Especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo criticaram a decisão de adesão à Opep+, que se contrapõe à imagem de liderança ambiental que o presidente Lula (PT) coloca em discursos internacionais.

Lula disse que o Brasil vai participar do grupo para influenciar os produtores de petróleo a acabar com a exploração de combustíveis fósseis.

↳ O que é a Opep? Uma coalizão de países produtores de petróleo que coordena as políticas de produção da commodity. A Opep+ inclui produtores aliados.

↳ Por que importa? Como reúne os maiores produtores do mundo, suas decisões sobre redução ou aumento das cotas de produção de petróleo têm um impacto significativo nos preços da matéria-prima, afetando a economia global e a inflação para consumidores e indústrias.

↳ O Brasil terá direito a voto e terá que respeitar as cotas? Não. Segundo Prates, da Petrobras, o país deverá ingressar no grupo com um papel de cooperação e observação das decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção.

↳ Por que o Brasil foi convidado? Porque está entre os dez maiores países produtores de petróleo. São mais de 3 milhões de barris por dia, aproximadamente o mesmo que Irã e Emirados Árabes Unidos, que são membros da Opep.

**ACORDO UE-MERCOSUL EM RISCO**

A confirmação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, após anos de negociações, ficou mais distante.

Um sinal disso é que o comissário do comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, cancelou a viagem que faria ao Brasil nesta semana para finalizar o acordo, de acordo com o Financial Times.

O QUE EXPLICA

O que emperra o acerto são novas exigências ambientais exigidas pelos países do bloco europeu depois de o acordo ter sido fechado, em 2019. Desde então, ele não foi ratificado, etapa necessária para as novas regras começarem a valer.

O clima piorou no sábado, quando o presidente francês, Emmanuel Macron, disse ser contra o acordo.

ABRE ASPAS

↳ “Não posso pedir aos nossos agricultores, aos nossos industriais na França, e em toda a Europa, que façam esforços para descarbonizar, para sair de certos produtos, e depois dizer que estou removendo todas as tarifas para trazer produtos que não aplicam essas regras”, disse Macron.

↳ “Se não tiver acordo, paciência”, falou Lula. “Não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul”, afirmou o presidente brasileiro.

O QUE É O ACORDO?

Ele prevê eliminar o imposto de importação para mais de 90% dos bens comercializados entre os blocos depois de uma fase de transição. Também prevê viabilizar instrumentos de cooperação em desenvolvimento econômico, social, ambiental e industrial.

**’MAIOR INVESTIDOR DA BOLSA ME FEZ PERDER R$ 14 MI’**

“Investi R$ 15,9 milhões e esse dinheiro virou menos de R$ 1,5 milhão entre 2021 e 2023”.

O depoimento é de Maurício Ferrentini, que disse à coluna Painel S.A., do jornal Folha de S.Paulo, ter registrado esse prejuízo graças a uma recomendação de seu amigo Luiz Barsi, o maior investidor individual da Bolsa brasileira.

As perdas vieram após investimento em ações do IRB Brasil, uma resseguradora da qual Barsi é um dos maiores acionistas e havia defendido a compra dos papéis publicamente.

Os papéis da resseguradora começaram a cair em 2020, quando a companhia foi acusada pela gestora Squadra de maquiar os números nos balanços. Relembre o caso aqui.

O QUE DIZ FERRENTINI

Que após recomendação de Barsi, transferiu suas aplicações para a corretora Boa Vista, onde o bilionário também investe. Ele afirma que seu assessor na corretora só agia com aval de Barsi.

Sustenta que, contrariando sua recomendação, Barsi determinou a compra de R$ 15,9 milhões em ações do IRB Brasil, em 2021. Em 2023, esse dinheiro quase virou pó e, hoje, a posição está avaliada em R$ 1,5 milhão.

O que diz Barsi: via assessoria, ele negou ser sócio da Boa Vista e disse que só administra sua própria carteira de investimento.

“[Ele] é um cliente da Boa Vista, como qualquer outro. Não administra carteiras de terceiros, a não ser a sua própria, e não atua como assessor de investimentos”, diz a nota.

“As pessoas se espelham em Barsi, tal como se espelham em qualquer investidor de tamanha notoriedade. E ninguém pode ser punido por ser modelo de um sucesso notório.”

Barsi afirma ainda que Maurício Ferrentini é um investidor profissional e que, como tal, desfruta de certos direitos e obrigações.

Ferrentini fez uma representação à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e ao MPF (Ministério Público Federal) sobre o caso.

**STARTUP DA SEMANA: ZUBELE**

Fundada em 2019, no México, a empresa está em mais cinco países da América Latina –entre eles, o Brasil– e atua com softwares desenvolvidos para varejistas, com foco no ecommerce.

EM NÚMEROS

A Zubale anunciou ter recebido um investimento de US$ 25 milhões (R$ 122 milhões).

QUEM INVESTIU

O aporte foi liderado pela QED Investors e foi acompanhado por NFX, Kevin Efrusy e outros investidores.

QUE PROBLEMA RESOLVE?

A empresa oferece três softwares para a operação de empresas do varejo:

– Um que envolve uma base de 100 mil trabalhadores freelancers que selecionam produtos em lojas físicas ou centros de distribuição e fazem a entrega da compra aos clientes;

– Outro que promete melhorar a comunicação entre o varejista e o consumidor pelo WhatsApp;

– E um voltado para as operações de coleta, embalagem e entrega de itens vendidos pelo ecommerce.

Por que é destaque: a Zubale diz que usará os recursos do aporte para investir em suas principais operações, no Brasil e México.

– Por aqui, a startup quer também aumentar suas vendas para quem já é seu cliente, segundo Thiego Goularte, gerente da Zubale no Brasil.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

SANEAMENTO

Após privatização da Sabesp, saneamento deve focar concessões e PPPs em municípios. Venda da empresa deve ser a última a curto prazo; caminho da Copasa (MG) é mais tortuoso.

PETROBRAS

Mercado monitora volta da Petrobras ao passado sob planos do governo Lula. Além da mudança no estatuto, há aumento e diversificação dos investimentos, com tendência de queda nos dividendos.

CARRO ELÉTRICO

Risco de incêndio e adaptação de carregadores em prédios residenciais são desafios para carros elétricos. Ocorrem, em média, 25,1 incêndios a cada 100 mil carros elétricos em circulação, segundo dados divulgados pelos EUA.

MERCADO

Picape ‘inquebrável’ de Musk custará US$ 20 mil a mais que o programado. Veículo moldado por superfícies planas foi entregue na quinta-feira (30) a clientes.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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