BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal suspendeu a divulgação de dados sobre apreensões em operações contra o tráfico de drogas. A corporação diz ter encontrado erros nas bases de dados, com variações anuais inverossímeis e valores considerados exorbitantes.
À Folha de S.Paulo a PF confirmou os erros materiais nos registros, mas não disse se isso resultou em dados acima ou abaixo da realidade.
A informação foi divulgada inicialmente pelo site Metrópoles, que obteve os dados por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).
A PF trabalha em uma revisão das informações com um grupo de trabalho, e o foco está nos dados dos anos de 2022 e 2023. A revisão ainda está em andamento e não há data prevista para conclusão. Enquanto isso, o acesso a esses dados permanecerá restrito.
“O órgão recorrido [PF] concluiu, expressando que não há dados íntegros passíveis de fornecimento, pois os sistemas estruturados de apreensões e operações de polícia judiciária apresentam atualmente registros de valores exorbitantes, variações anuais inverossímeis e erros materiais expressivos”, disse a CGU (Controladoria-Geral da União) em resposta a um recurso apresentado no âmbito da LAI.
A resposta foi dada após solicitação do valor de apreensões em operações da Polícia Federal.
A PF destacou ainda que os dados de apreensões revisados serão progressivamente inseridos no SIGACrim (Sistema de Gestão de Dados e Análise Criminal). O sistema, lançado em fevereiro deste ano, é constantemente atualizado.
Segundo a corporação, o SIGACrim foi desenvolvido para aprimorar o uso, o monitoramento e a qualidade dos dados de estatísticas criminais, facilitando, ainda de acordo com a polícia, a tomada de decisões com base em informações precisas.
A plataforma oferece ferramentas que visam aumentar a eficiência das investigações e operações policiais no combate ao crime organizado.
Antes, a Polícia Federal usava outro sistema, chamado Palas, para divulgar números de operações deflagradas, bens, armas, munições e valores apreendidos, quantidade de presos, quantidade de mandados de busca e apreensão, prisão. Esse sistema vai continuar em funcionamento, mas não divulgará mais dados de apreensão de bens.
RAQUEL LOPES / Folhapress