Picape RAM 1500 troca motor V8 por novo 3.0 biturbo

DALLAS, None (FOLHAPRESS) – A picape RAM 1500 dá adeus a seu icônico motor Hemi. Inimigo das normas ambientais, esse 5.7 V8 está sendo substituído por um 3.0 V6 biturbo, que é até mais potente: agora são 426 cv, um ganho de 26 cv em relação ao anterior.

Basta olhar para a fila de utilitários enfileirados na Elm Street, em Dallas, para imaginar que o avanço não deve resultar em nada muito econômico. Sonho de consumo no Brasil do agronegócio, o modelo tem 5,90 metros de comprimento e pesa quase 2.700 quilos.

A avaliação começa no banco do carona, de onde é fácil avistar o prédio público de onde Lee Harvey Oswald fez os disparos que mataram John F. Kennedy, em novembro de 1963. Um “X” desenhado no asfalto marca o ponto por onde o Lincoln Continental conversível passava no momento em que o presidente foi atingido.

Alguns quilômetros adiante, chega o momento de assumir a direção da RAM 1500 Rebel, com aptidões para o uso fora de estrada. Nos EUA, custa o equivalente a R$ 360 mil. Pneus off-road, suspensão parruda, adesivos nas laterais e grade frontal preta caracterizam essa picape.

Por dentro, há o mesmo espaço das demais opções. Não é diferente do encontrado nos modelos vendidos até o momento no Brasil, já que a grande mudança está sob o capô. Não se trata de uma nova geração, mas, sim, de uma atualização de estilo e de mecânica.

Cinco adultos viajam com folga, e é possível cruzar as pernas no banco traseiro sem esbarrar nos dianteiros. O encosto tem boa inclinação, algo raro no segmento de picapes.

A tela vertical de 14,5 polegadas agrupa informações dos sistemas de som e de conectividade. É por lá que são selecionados os modos de condução que otimizam o uso em estradas de terra ou recobertas de pedras. A avaliação, entretanto, é restrita ao asfalto liso do estado do Texas.

A RAM 1500 Rebel não é a melhor opção nesse cenário. Os pneus aptos a cavoucar a lama sofrem na autoestrada, passando vibrações para a cabine e o volante, que pede pequenas correções na trajetória.

Já o motor V6 biturbo (associado ao câmbio automático de oito marchas) não se importa com os desconfortos. Basta uma leve pressão no acelerador para a RAM engolir asfalto e gasolina na mesma proporção. Segundo a montadora, esse utilitário é capaz de ir do zero aos 100 km/h em 5,3 segundos.

A média de consumo exibida na tela está em milhas por galão. Ao converter para o padrão adotado no Brasil, chega-se a 6,1 km/l em um dia de trânsito moderado. A RAM, marca que pertence ao grupo Stellantis, calcula que a média rodoviária pode chegar a, aproximadamente, 10 km/l.

Na segunda parte do teste, a versão avaliada é a Lone Star, desenvolvida para o estado do Texas. É um modelo mais simples, com forrações de tecido escuro e sem a tela gigante das 1500 mais caras. As rodas de 18 polegadas parecem pequenas diante do porte do veículo, mas os pneus convencionais fazem a diferença.

As vibrações desaparecem: graças à suspensão a ar, o rodar é suave como o de uma limusine. O preço parte de aproximadamente R$ 240 mil, valor de uma picape cabine dupla de porte médio no Brasil.

Para o mercado nacional, as versões disponíveis na linha 2025 serão a Laramie (R$ 540.990) e a Laramie Night Edition (R$ 555.990). As diferenças entre ambas se resumem a acabamentos e adereços internos e externos.

As concorrentes diretas são a Chevrolet Silverado (R$ 539.990) e a Ford F-150 (R$ 519.990). Ambas ainda equipadas com motores V8, tal e qual o Lincoln Continental usado por John F. Kennedy naquele 22 de novembro de 1963.

EDUARDO SODRÉ / Folhapress

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