SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A artista robô Ai-Da, humanoide movida por comandos de inteligência artificial, será a primeira de sua categoria a ter uma pintura vendida na casa de leilões Sotheby’s.
O retrato de Alan Turing (1912-1954), matemático britânico pioneiro da computação, será leiloado pela prestigiada casa em 31 de outubro, dentro de um lote que explora a interseção entre arte e tecnologia.
De acordo com os criadores de Ai-Da, a tela de 2,2 metros de altura, intitulada “AI God” (“Deus da IA”), deve ser arrematada por um valor entre £100 mil e £150 mil (cerca de R$ 739 mil a R$ 1,1 milhão).
“Não pretendo substituir artistas humanos. Meu objetivo é inspirar os espectadores a refletirem sobre como usamos a IA de forma positiva, enquanto permanecemos conscientes de seus riscos e limitações”, diz a robô em frente à sua obra de Turing.
Na pintura, o rosto do matemático britânico emerge de um fundo escuro, em tons de marrom. O aspecto sombrio e esfumado da tela sugere uma decantação reflexiva, como se a imagem ainda estivesse por se formar.
A robô, criada em 2019 por uma equipe liderada por Aidan Maller, galerista e fundador do Ai-Da Robot Studio, com especialistas em IA das universidades de Oxford e Birmingham, na Inglaterra, é considerada uma das mais avançadas do mundo.
Ai-Da foi projetada com traços humanizados, como grandes olhos e cabelo castanho escuro, para se assemelhar a uma mulher, e seu nome homenageia Ada Lovelace (1815-1852), primeira programadora da história.
A robô artista, que utiliza inteligência artificial para criar quadros e esculturas, se movimenta e se expressa de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana.
Os trabalhos de Ai-Da já foram exibidas em espaços de prestígio como a Bienal de Veneza, o Museu do Design de Londres, as pirâmides de Gizé e as Nações Unidas. Em 2022, a humanoide proferiu um discurso na Câmara dos Lordes.
Redação / Folhapress