Piu cresce em Paris e, ‘com raiva’, ganha o bronze nos 400 com barreiras

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Alison dos Santos, o Piu, apareceu para a final olímpica dos 400 metros com barreiras com os cabelos pintados de roxo. “A pista é roxa, praticamente toda a tematização dos Jogos Olímpicos foi roxa também, e minha cor favorita é roxa. Então eu falei: Ah, por que não, tá ligado?”

Se os cabelos na cor da pista o ajudaram a se sentir mais à vontade, o fato é que ele saiu do Stade de France com a segunda medalha de bronze no peito, repetindo o resultado de Tóquio.

Seu tempo foi de 47s26. Ouro e prata ficaram com seus grandes rivais, que inverteram as posições do pódio de Tóquio. Desta vez, o ouro ficou com o americano Rai Benjamin, em 46s46, e a prata com o norueguês Karsten Warholm, em 47s06.

Nos últimos cinco anos, a prova dos 400 metros com barreiras foi inteiramente dominada por Warholm, Benjamin e Piu, como raramente se viu na história do atletismo. Até a final desta sexta, eles eram detentores de 34 das 36 melhores marcas de todos os tempos.

Warholm disse que fez uma boa corrida até os 300 metros, mas depois perdeu energia. Parabenizou Benjamin pela vitória: “Aqui não é caridade. Todo mundo está fazendo o que pode para ser o melhor cara do dia, e hoje foi ele.”

O francês Clément Ducos, esperança francesa de medalha no atletismo – até agora os anfitriões não ganharam nenhuma -, ficou em quarto lugar. Depois da prova, chorou inconsolável: “Eu queria tanto essa medalha, é duro.”

Na semifinal, depois de chegar à frente de Piu, Ducos insinuou que o brasileiro não estava “na mesma forma de antes”.

“Ah, não vou responder nada pra ele”, disse Piu sobre a declaração do francês. “Eu realmente vi esse comentário, mas… tô no pódio. É isso que eu tenho pra falar. O atletismo é simples, é quem passar a linha ali, é democrático.”

Após a semifinal, em que Piu ficou em terceiro e quase foi eliminado, o brasileiro teve uma conversa “de pai para filho” com o treinador Felipe Siqueira. E decidiu “dar uma desligada” das redes sociais. “As pessoas falam muita bosta lá. Tem muita gente que tá comendo batata de trás do sofá, que não consegue correr 10 metros que vai ter um infarto, e tá falando merda da gente”, disse Piu, em tom bem-humorado.

Com duas medalhas olímpicas aos 24 anos, Piu já pensa nas próximas competições. “Quero continuar aproveitando. Aprendi muito com esses Jogos Olímpicos. Não deixar a pressão subir pra cabeça, que eu não devo nada a ninguém. Vou chegar mais leve para o Campeonato Mundial, ano que vem, para 2026, 2027 e 2028 também.”

ANDRÉ FONTENELLE / Folhapress

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