SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar estourou uma espécie de centro de treinamento para “mulas” do tráfico internacional de drogas na madrugada desta quinta-feira (23), em uma casa na zona oeste da capital paulista.
No local a polícia encontrou 34 pessoas suspeitas de atuarem no tráfico internacional de drogas para a Europa. Um homem de 24 anos, suspeito de aliciar pessoas para o transporte de porções de cocaína no estômago, foi preso em flagrante.
A droga seria levada para países como França, Espanha, Holanda e Irlanda.
A PM chegou ao local, na rua Santa Bibiana, na Vila Sônia, após receber uma informação anônima.
Segundo as informações iniciais, o grupo de 33 pessoas foi atraído por falsas promessas de emprego. Ao chegarem em São Paulo, essas pessoas tinham seus documentos retidos, eram aliciadas e mantidas no imóvel, que funcionava como um centro de treinamento.
“Alguns chegaram há poucos dias do Nordeste e iam se preparando, treinando, inclusive foi constatado que eles eram obrigados a treinar com porções de cenoura, para conseguir ingerir a maior quantidade possível de drogas e depois realizar a viagem para a Europa”, disse Guilherme Mateus Pavani, tenente da PM, em entrevista à TV Globo.
As 33 pessoas eram dos estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
“Relataram que chegavam a ingerir aproximadamente 150 porções [de cocaína], viajavam para a Europa, e recebiam valor entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por viagem. Ingeriam pasta base [de cocaína] aqui no Brasil e na Europa essa droga seria aumentada e o valor multiplica por 10, por 20, ao chegar no destino final”, explicou o tenente.
No local foram apreendidos 38 passaportes e 600 porções de cocaína já embaladas para ingestão, além de anotações do tráfico, celulares, e cartões de banco.
Todos foram levados para a Polícia Federal por conta dos passaportes localizados. Segundo a PF, foi instaurado inquérito policial para apuração do caso.
As 33 pessoas aliciadas foram liberadas após prestarem depoimento.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress