RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um tiroteio durante uma operação da Polícia Militar nesta quinta-feira (13), no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, deixou uma pessoa morta e outra ferida.
O homem que morreu baleado, apelidado de Trator, era considerado pela polícia suspeito de envolvimento na morte de policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em junho do ano passado. A corporação não divulgou seu nome verdadeiro.
Ainda segundo a PM, ele foi atingido durante tiroteio e foi levado ao hospital, mas não resistiu.
Um outro homem foi baleado na perna e levado ao hospital federal de Bonsucesso. Não há informações sobre seu estado de saúde.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem sendo resgatado em uma maca improvisada com estrado de madeira e carrinho de mão por moradores. A polícia não confirmou se o ferido que aparece na gravação é o suspeito que acabou morto no tiroteio.
A operação foi realizada em comunidades dentro da Maré dominadas pela facção TCP (Terceiro Comando Puro). O complexo, formado por 16 favelas, tem outras localidades sob domínio do Comando Vermelho.
O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) apreendeu um fuzil, munição, drogas e rádio transmissor na comunidade da Vila do Pinheiro, dentro da Maré.
A operação começou nas primeiras horas da manhã desta quinta e gerou mobilização entre moradores nas redes sociais. Organizações locais como a Maré Vive publicaram atualizações frequentes sobre o tiroteio para evitar que moradores ficassem expostos.
A página Maré Vive afirmou que o carro de um morador foi aberto e danificado por policiais durante a operação.
O vídeo mostra o carro com as portas abertas, vidros quebrados e documentos e roupas jogados no chão. A reportagem perguntou à Polícia Militar sobre o caso, mas não houve resposta.
Moradores afirmaram que alguns traficantes tentaram fugir da polícia em pequenos barcos –o conjunto de favelas da Maré está às margens da baía de Guanabara. A PM não confirmou a informação.
Nesta quinta a PM voltou a instalar blocos de concreto em ruas do complexo da Maré. A Folha noticiou o início das instalações em setembro de 2024. Segundo a corporação, a ideia é criar limitadores de velocidade e dificultar a entrada de caminhões de grande porte, alvos de roubos de carga.
À época, moradores reclamaram da instalação do que chamam de “barricadas de concreto”, e disseram que o bloqueio dificultou a carga e descarga de bares, restaurantes e lojas de materiais de construção.
A polícia disse em nota que as barreiras “foram posicionadas de forma a garantir o direito de ir e vir da população”.
Redação / Folhapress
