PMs atiraram seis vezes contra homem esquizofrênico morto dentro de batalhão em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Policiais militares do 37° batalhão de São Paulo atiraram seis vezes contra Swammy Hwygen Araújo de Oliveira, 31, na tarde de sexta-feira (17). A unidade fica no Capão Redondo, na zona sul da capital paulista.

Familiares e amigos de Swammy disseram que ele era esquizofrênico e que tinha se aposentado há seis meses. Poeta, gostava de fazer festas para crianças da periferia e participava de movimentos sociais.

Segundo o boletim de ocorrência, ele entrou no batalhão armado com uma faca e avançou contra os policiais militares.

Dois PMs efetuaram três disparos de pistola .40 cada. De acordo com o o boletim de ocorrência, mesmo ferido em várias partes do corpo, Swammy ainda teria pedido para os policiais militares atirarem em sua cabeça.

A perícia apontou ferimentos, possivelmente causados pelos disparos, no tórax, coxa, braço, axila e dedo do poeta.

Segundo o documento, o local onde o caso aconteceu não possui câmeras que pudessem auxiliar na investigação. Os policiais militares envolvidos contaram aos policiais civis, que não usavam bodycam, uma vez que estavam dentro do batalhão.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), um policial militar teria ficado ferido no pescoço após ser atingido por Oliveira. Isso, porém, não aparece em nenhuma das quatro páginas do registro de ocorrência elaborado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

A Ouvidoria da Polícia abriu um procedimento para acompanhar o caso.

Familiares de Swammy afirmaram que ele tinha depressão e que esporadicamente podia ter surtos, apesar de tomar medicamentos para evitar que isso acontecesse.

Até a a publicação deste texto, eles ainda não tinham obtido o boletim de ocorrência com a versão do que teria ocorrido no prédio da PM.

Em nota, a SSP disse que a Polícia Militar apura as circunstâncias do caso e a conduta dos policiais. No local, foram apreendidas a faca usada pelo suspeito e duas armas calibre .40 dos policiais. O caso foi registrado como resistência e morte decorrente de intervenção policial no DHPP.

PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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