SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal e a Receita apreenderam nesta quinta-feira (18) iates, lanchas e carros de luxo de grupo empresarial do Rio de Janeiro que deve mais de R$ 5 bilhões em impostos para a União.
Entre os bens apreendidos está um iate de três andares, com dois quartos, duas suítes e avaliado em R$ 14 milhões, além de 120 veículos, como carros de luxo e lanchas.
A apreensão faz parte da operação Sucata, com participação de 76 membros da PF e Receita para cumprir mandados expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro nos bairros de Campo Grande e Barra da Tijuca e no município de Duque de Caxias.
O nome da operação faz referência à atuação do grupo empresarial, produtor de insumos para a indústria a partir de empresas de reciclagem de sucata, como alumínio e outros metais. Segundo o delegado da PF Eduardo Gomes, responsável pela operação, os envolvidos tinham uma vida abastada.
A reportagem não conseguiu contato com os acusados. Segundo a Receita Federal, o processo corre em segredo de Justiça. A Receita e a Polícia Federal não informaram os nomes dos empresários.
Segundo a investigação da Receita, encaminhada para a PF, o grupo de empresários teria criado mais de 50 empresas, a maioria de natureza fantasma, e utilizaria laranjas para não serem responsabilizados pelos valores sonegados.
A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) emitiu uma decisão judicial de bloqueio de todos os bens dos empresários para assegurar o pagamento dos impostos sonegados.
Entre os bens bloqueados pela Justiça estão:
– Um iate de três andares, com dois quartos, duas suítes avaliado em R$ 14 milhões;
– Mais de 120 veículos, incluindo carros de luxo e outros modelos de barcos, como lanchas;
– Mais de 40 imóveis, avaliados em cerca de R$ 38 milhões;
– Dinheiro depositado em contas bancárias pertencentes aos envolvidos, ainda a ser quantificado.
O delegado afirma que havia uma estrutura montada com o objetivo de não pagar imposto.
“A principal estratégia era utilizar empresas de fachada. Eles criaram mais de 50 empresas ao longo de mais de dez anos, como empresas falsas e fantasmas, utilizadas para fraude tributária”, diz.
“Nós conseguimos identificar lanchas de mais de R$ 14 milhões avaliadas pela Receita, outros modelos menores, imóveis em condomínios de luxo, casas e mansões e muitos veículos registrados e há suspeita de aeronave”, afirma ele.
A apuração da operação também identificou bens em outros estados e, possivelmente, fora do país.
Os empresários são acusados de cometer os crimes de sonegação de impostos, associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somam 23 anos de reclusão.
PATRICK FUENTES / Folhapress