SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de SP informou ter prendido dez foragidos da Justiça durante o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, entre sexta (3) e sábado (4). As prisões teriam sido realizadas pela Deatur (Divisão Especial de Atendimento ao Turista).
De acordo com nota divulgada pela pasta, os suspeitos eram alvo de ordem judicial de prisão por conta de condenações em processos ou decisões cautelares, pelo cometimento de crimes ligados à pedofilia, entre outros. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
A polícia chegou a divulgar a prisão de condenado por roubo, mas, à Folhade S.Paulo, pasta disse que o homem conseguiu escapar “antes da chegada das equipes policiais”.
As prisões aconteceram, ainda segundo o governo paulista, após a identificação dos suspeitos entre o público após o cruzamento de dados entre a Secretaria da Segurança e a organização do evento. A polícia não detalhou, porém, como ocorreram as identificações e as prisões, se dentro ou fora do autódromo.
Em nota, a pasta diz que a partir da integração do sistema da segurança pública ao banco de dados da organização do evento, algoritmos analisaram em tempo real as informações cadastrais do público e geraram alertas para o efetivo policial empregado no evento.
O sistema teria funcionado desde o momento da compra do ingresso, fazendo a verificação em bases de dados estaduais e federais, sempre segundo a pasta.
“Um dos indivíduos, condenado por estupro de vulnerável, foi detido enquanto trabalhava em uma empresa de limpeza contratada para o evento”, diz nota.
Para o GP de Fórmula 1, o governo paulista diz contar com colaboração da Interpol para o compartilhamento e uso da base de dados para identificar pendências criminais envolvendo o público estrangeiro, mas todas as detenções realizadas até sábado eram de brasileiros.
Os presos foram encaminhados para audiências de custódia e permanecem à disposição do Poder Judiciário, afirma governo paulista.
A Secretaria da Segurança informou, ainda, que tropas especiais da PM desenvolveram há duas semanas operações preventivas no entorno do autódromo de Interlagos para reduzir a criminalidade.
Desde sexta (3), a PM diz ter montado um cinturão de segurança no entorno do autódromo. Um posto de comando também foi instalado no local para coordenar as ações externas e direcionar o fluxo de atuação dos PMs. Neste domingo, dia da corrida, serão empregados 1,3 mil PMs.
A reportagem solicitou informações sobre o total de presos pela polícia cujo mandado de prisão era por pensão alimentícia. Até a publicação desse texto, a informação não havia sido repassada à Folha de S.Paulo.
A prisão de suspeitos por esse tipo de situação, que não é considerada criminal, é usada pela polícia paulista para turbinar balanços de operações. Na Operação Escudo, por exemplo, segundo dados da Defensoria, cerca de 30% das prisões eram de homens procurados por atrasar pagamento de pensão.
Redação / Folhapress