SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor de Recursos Humanos da Record, Márcio Santos, foi acusado de assédio sexual pelo jornalista Elian Matte, editor da equipe de Roberto Cabrini. A Polícia Civil de São Paulo confirmou ao F5 que investigará o caso a partir da denúncia registrada por Matte e afirmou que “os detalhes serão preservados devido à natureza da ocorrência”.
O caso foi revelado pela revista piauí. Matte diz que as investidas começaram há cerca de um ano, após ser transferido para a equipe de Cabrini, e que Santos passou a convidá-lo para reuniões em sua sala.
Na terceira delas, em novembro de 2022, o diretor de RH teria fugido de temas corporativos e feito perguntas pessoais ao repórter.
A partir disso, a conversa teria migrado para o WhatsApp. De acordo com Matte, Santos insistia para que os dois saíssem, com mensagens de cunho sexual. Prints das conversas de WhatsApp foram anexados pelo repórter no boletim de ocorrência.
Matte alega também que Santos lhe assistia através do sistema de câmeras do circuito interno, ao qual os diretores têm acesso por meio de um aplicativo de celular.
O jornalista, então, disse ter buscado ajuda psicólogica. Foi diagnosticado com burnout pela equipe médica da própria Record. A médica, todavia, mudou o laudo do atestado pouco tempo depois e admitiu, segundo a piauí, receio de ser demitida.
Nesse meio tempo, Matte também diz ter feito denúncias à Record. Ele pediu uma reunião com Antonio Guerreiro, o vice-presidente de Jornalismo, na qual teria relatado estar sofrendo assédio sexual, sem citar o nome de Santos. Enviou também um email para Luiz Claudio da Silva Costa, presidente da Record, que disse nunca ter sido respondido.
Ele teria dado nome aos bois em uma terceira tentativa de denúncia, quando mandou um novo e-mail para Silva Costa, presidente da Record, com cópia para Marcus Vieira, o CEO do Grupo Record. Dias depois, foi chamado para uma reunião com Edinomar Galter, diretor jurídico da Record, na qual recebeu a orientação de fazer um BO, esquecer o que aconteceu e focar no trabalho.
Hoje, Matte está afastado pelo INSS por “esforço excessivo”. Santos disse à piauí que tudo não passou de “brincadeiras” e afirmou ser vítima de uma mentira. Procurada pelo F5, a Record não se posicionou sobre o caso até a publicação desta reportagem.
Neste sábado (25), após a repercussão do caso, Matte publicou um print de sua conversa com Roberto Cabrini no WhatsApp. Nela, o jornalista presta apoio ao repórter. “Tomei conhecimento estarrecido das situações que enfrentou. Siga firme na busca por seus sonhos e que jamais venha a passar por experiências desse tipo”, teria dito Cabrini. “Fique bem e volte logo a fazer o que ama.”
Redação / Folhapress