Polícia detém criador de site usado por Dominique Pelicot para recrutar abusadores

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O fundador do site utilizado por Dominique Pelicot para recrutar homens para estuprar de sua então esposa foi preso na última terça-feira (7), em Paris. Segundo a rádio France Info, Isaac Steidl, 44, entregou-se às autoridades após intimação formal da polícia da França.

Steidl recebeu o contato das autoridades enquanto estava fora do país —oficialmente, ele é cidadão italiano, não francês—, e concordou em voltar à capital francesa para ser interrogado —ele pode ficar nesta situação por 96h. O suspeito é investigado por envolvimento do site em mais de 23 mil crimes, que incluem assassinato, estupro e pedofilia.

Dominique revelou, durante o curso de seu processo, que utilizou o site para recrutar os mais de 80 homens que abusaram de Gisèle Pelicot. Segundo ele, a maioria dos contatos foi feita por meio de uma sala de bate-papo chamada “A son insu” (Sem o conhecimento deles, em tradução livre).

O site Coco já havia sido fechado em junho de 2024 pelas autoridades francesas com a abertura dos processos de investigação contra a plataforma. A promotora responsável pelo caso, Laure Beccuau, afirmou que a página estava envolvida em 23.051 casos criminais que abrangem ao menos 480 vítimas.

À época, Beccuau disse que o “suspeito de ser o administrador do site” se tratava de um homem de nacionalidade italiana, nascido em janeiro de 1980, que teria sido interrogado por oficiais na Bulgária. Steidl nasceu no sul da França, mas abriu mão de sua nacionalidade em 2023 e obteve a cidadania italiana. Desde então, ele estaria vivendo no Leste Europeu.

Segundo a mídia francesa, o suspeito é formado em engenharia da computação e criou o site em 2003 com a ajuda de um investimento de € 2.000 (R$ 12,5 mil) de seus pais. Em teoria, a plataforma teria sido concebida como um site de encontros românticos —no entanto, atraiu rapidamente atenção de pedófilos, criminosos sexuais e traficantes de drogas. Com a prisão de Dominique, o site francês foi transferido para uma URL registrada em Guernsey, nas Ilhas Britânicas do Canal.

A polícia da França afirma já ter congelado € 5 milhões (R$ 31,5 milhões) em contas bancárias vinculadas ao site em países como Hungria, Lituânia, Alemanha e Holanda.

Agora, segundo o jornal Le Parisien, Steidl é interrogado sobre acusações de “administração ilegal de uma plataforma online como parte de uma organização criminosa, conspiração criminosa e cumplicidade em delitos e crimes relacionados a licitação qualificada, distribuição e compartilhamento de vídeos pedófilos e lavagem de dinheiro”.

Dominique foi condenado, em dezembro de 2024, a 20 anos de prisão. Os outros 50 homens acusados também foram condenados por envolvimento nos casos de estupro agravado e agressão sexual.

Redação / Folhapress

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