RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou nesta segunda-feira (4) que um corpo encontrado na Barra da Tijuca, no dia 14 de agosto, é de Daniel Matheus de Souza, 13. O adolescente se afogou na praia de Ipanema, na zona sul, no último dia 4.
Segundo a família, Daniel foi arrastado por uma forte onda. Ele estava com a mãe e o padrasto na altura do posto 8 da praia de Ipanema.
“A mãe dele me contou que ele estava brincando na areia. Daniel não entrava na água porque tinha medo de se afogar. Mas veio uma onda muito forte que o puxou e ele não sabia nadar”, afirma o pai de Daniel, André de Souza, que não estava no local.
“A onda foi tão forte que puxou um adulto também. Esse homem tentou ajudá-lo, mas se afogou também. O bombeiro tentou resgatar os dois, mas só conseguiu encontrar o rapaz, que foi resgatado por helicóptero. Eles tentaram procurar depois, mas não conseguiram”, diz André.
No dia 14, a Marinha do Brasil havia emitido um aviso de ressaca. A previsão era de ondas de até 2,5 metros de altura na orla.
O Corpo de Bombeiros realizou buscas diárias por Daniel. No dia 14, um corpo não identificado foi encontrado no mar da Barra da Tijuca, a cerca de 24 km de distância do trecho em Ipanema onde o adolescente se afogou.
O corpo passou por exames de DNA, e o laudo, segundo a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), confirmou que era o adolescente.
A família, agora, tenta enterrar o corpo de Daniel em um cemitério na cidade onde a família mora, em Mesquita, município da Baixada Fluminense.
A certidão de óbito e o guia para fins de sepultamento entregues à família não têm o nome de Daniel -“pessoa não identificada” está escrito em ambos os documentos. A filiação e residência também são ignorados, além da causa da morte.
Procurados, a Polícia Civil e o Tribunal de Justiça do Rio não responderam.
Os documentos indicam que o local de sepultamento deve ser o cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio.
“A gente esperou esse processo durante 30 dias. Agora, estamos passando pela situação de ter que enterrar. O corpo ficou bastante tempo no IML (Instituto Médico-Legal), e eles liberaram o óbito para um cemitério que não é do nosso agrado”, diz Anderson Clayton Marreiros, padrasto de Daniel.
YURI EIRAS / Folhapress