SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Goiás indiciou o empresário Paulo Antônio Eruelinton Bianchini e outras duas pessoas pelo assassinato de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, 21, que estava desaparecida desde março de 2024. Os restos mortais da vítima foram encontrados no começo de julho.
Paulo Bianchini vai responder por uma série de crimes. Ele foi indiciado por homicídio qualificado motivado por razão fútil, por dissimulação, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.
Outras duas pessoas também foram indiciadas pela morte de Dayara. Conforme a investigação, um jovem de 19 anos, que trabalhava para Paulo, auxiliou o empresário a ocultar o corpo e vai responder por ocultação de cadáver e fraude processual. Outra mulher, de 40 anos, vai responder por fraude processual. Como os dois indiciados não tiveram as identidades divulgadas, a reportagem não conseguiu localizar as defesas. O espaço segue aberto para manifestação
Empresário usou uma máquina hidráulica para enterrar o corpo da vítima. Segundo a polícia, a ossada foi encontrada enterrada uma cova de cinco metros de profundidade em uma fazenda localizada na cidade de Orizona, na região sul de Goiás.
SUSPEITO TENTOU SE PASSAR PELA VÍTIMA
Após matar Dayara, Paulo teria se passado pela vítima por meio de mensagens. O empresário teria usado o celular da jovem para enviar mensagens para os familiares dela, com o intuito de acobertar o crime.
Polícia não conseguiu determinar a causa da morte da vítima. Os restos mortais de Dayara estavam em estado avançado de decomposição, o que dificultou determinar com precisão o que causou sua morte.
Bianchini e Dayara namoraram por cerca de um ano e meio. Eles chegaram a se separar em outubro de 2023 após uma discussão, mas reataram no começo deste ano. Ainda conforme a polícia, o homem mantinha um casamento com outra mulher, sem que a jovem soubesse.
Defesa de Paulo disse que “as circunstâncias da morte de Dayara ainda não foram esclarecidas por completa”. A defesa ressaltou que o empresário tem “bons antecedentes, não possuindo em seu passado nenhuma conduta que o desabone”, além de ter colaborado com as investigações.
“Os depoimentos prestados até o momento demonstram uma fatalidade e não são conclusivos para comprovar um possível dolo do indiciado. Não existem imagens que mostrem o momento da morte, e qualquer especulação que transforme o acusado em condenado são levianas e passíveis de responsabilidade cível e criminal. Confiantes no julgamento do Poder Judiciário, estes são os esclarecimentos que entendemos suficientes para o momento”, afirmou a defesa de Bianchini.
RELEMBRE O CASO
Corpo foi encontrado em 6 de julho. A perícia comparou o material genético da ossada com o dos pais de Dayara. Segundo a polícia, não era mais possível a identificação cadavérica direta.
Polícia chegou ao local porque a vítima e o marido estiveram na fazenda entre o final de fevereiro e 10 de março. No dia das buscas, pertences pessoais e um documento de Dayara também foram encontrados.
Contradições nos depoimentos de Paulo levaram a polícia a considerá-lo suspeito, disse o delegado Kennet Andersson à reportagem. A principal linha de investigação é de que ele tenha matado Dayara, escondido o corpo e mentido sobre o desaparecimento. As autoridades acreditam que ele usou sua experiência com tratores e escavadeiras para enterrar o corpo, dificultando o trabalho da polícia.
Paulo diz que deixou Dayara na rodoviária de Orizona no dia 10 de março, data em que a polícia diz que ela foi morta. Paulo só registrou o desaparecimento dela dias depois, em 25 de março.
Redação / Folhapress