Polícia investiga troca de bebês que envolve gêmeos idênticos no interior de Alagoas

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Alagoas investiga uma troca de bebês em Arapiraca (128 km de Maceió) que teria acontecido em 2022.

Uma mulher deu à luz gêmeos idênticos, e um deles teria sido trocado por outro, que nasceu no mesmo dia, em fevereiro daquele ano, e no mesmo local, o Hospital Regional de Arapiraca. As três crianças são do sexo masculino.

A mãe de gêmeos é do município de São Sebastião, enquanto a segunda é de Craíbas, ambas cidades no interior de Alagoas.

O Ministério Público de Alagoas, que solicitou a abertura de inquérito, informou à Folha que um exame de DNA realizado por uma das famílias confirmou a troca de bebês. Ainda segundo a Promotoria, não foi relatada pelas mães suspeita dessa troca até o momento em que a mãe dos gêmeos viu nas redes sociais uma foto da criança que teria sido trocada. Assim, decidiu registrar boletim de ocorrência e realizar o exame.

“Nós, do Ministério Público Estadual, solicitamos a abertura do inquérito para apurar se houve culpa e dolo por parte dos profissionais que estavam trabalhando naquele momento. O MPE intervém como fiscal da lei, então será dado o posicionamento quando o inquérito policial for concluído”, afirmou a promotora Viviane Karla, que recebeu o caso no primeiro semestre deste ano.

A Polícia Civil apura se houve crime. Já foram ouvidas testemunhas, enfermeiros, médicos e funcionários do hospital.

O hospital foi procurado por email e pelas redes sociais, mas não respondeu. Nas redes sociais, a instituição afirma ser responsável por toda a urgência e emergência clínica de Arapiraca e dos 50 municípios do agreste de Alagoas, realizando, em média, 11 mil atendimentos por mês.

Há um processo correndo em segredo de Justiça sobre a situação das crianças. A mãe dos gêmeos se dispôs a cuidar das três crianças, enquanto a segunda mãe não quer abrir mão daquela que está sob seus cuidados. Uma nova troca é considerada improvável.

As famílias estão se aproximando para que as crianças consigam interagir enquanto corre o processo.

Procuradas, as duas famílias não quiseram se manifestar por não terem condições psicológicas de falar sobre o caso.

JOSUÉ SEIXAS / Folhapress

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