SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil prendeu na noite desta segunda-feira (9) Matheus Augusto de Castro Mota, procurado por envolvimento na morte de Antônio Vinicius Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), crime ocorrido em 8 de novembro, no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo nota divulgada pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) acharam Mota escondido em um apartamento no bairro Canto do Forte, no município de Praia Grande, litoral Paulista.
Em publicação no X (ex-Twitter), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falou que Mota é suspeito de ter facilitado a fuga dos atirados no aeroporto, disponibilizando veículos.
Após a prisão, ele foi levado para a sede do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no centro de São Paulo.
Matheus Augusto de Castro Mota é o quarto suspeito preso pela desde o crime. Na sexta (6), o governador anunciou a prisão de outros dois homens que tiveram participação no crime.
No entanto, eles foram soltos no dia seguinte após a defesa afirmar que policiais da Rota (tropa de elite da PM, conhecida pela alta letalidade) teriam plantado munições para tentar incriminar a dupla.
Em audiência de custódia, a juíza Juliana Pitteli da Guia decidiu que a prisão em flagrante dos dois homens foi ilegal e por isso, ordenou que eles fossem soltos.
Marcos Henrique Soares, 22, e seu tio, Allan Pereira Soares, 44, haviam sido presos na tarde desta sexta-feira. Os agentes da Rota afirmaram que a dupla estava com munições de fuzil em um carro e em uma moto.
Segundo a reportagem apurou, a Polícia Civil suspeita que o irmão de Marcos, Matheus Soares Brito, ajudou na fuga de Kauê do Amaral Coelho, 29, identificado como o olheiro que teria dado o sinal aos atiradores de dentro do aeroporto.
Ele já tinha um mandado de prisão expedido e seria alvo de uma operação da Polícia Civil, que acabou atravessada pela ação dos agentes da Rota, que teriam confundido os dois irmãos. Matheus foi preso na madrugada de sábado (7).
A Polícia Civil paulista oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro de Kauê.
Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro após deixar uma das saídas do terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele voltava de uma viagem ao Alagoas com a namorada, a influenciadora e nutricionista Maria Helena Paiva Antunes, 29.
Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram. Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.
Ao todo, os criminosos efetuaram 21 disparos com um fuzil AK-47 calibre 7,62 e uma pistola 9 milímetros. As armas foram encontradas em uma mochila abandonada em um terreno a 7 km do aeroporto após denúncia anônima.
O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também morreu durante a ação. Ele esperava por passageiros quando foi baleado.
O alvo do ataque, Gritzbach, havia fechado um acordo de delação premiada contra integrantes do PCC e policiais. Ele era jurado de morte pela facção criminosa depois de se envolver em uma série de problemas com a facção criminosa.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, exibida no fim de novembro, Maria Helena afirmou que as delações feitas pelo namorado fizeram com que “esses inimigos ficassem com muita raiva e falassem que a ‘gente precisa eliminar as histórias'”.
Questionada se achava que o namorado sabia dos riscos que corria, ela disse que não. “Eu acredito que conforme o tempo foi passando e não foi acontecendo nada, ele foi desleixando.”
Durante a viagem ao Nordeste, Gritzbach recebeu joias no valor de R$ 1 milhão. O valor, segundo a polícia, era parte de um pagamento de dívida.
Redação / Folhapress