Policial civil esteve em aeroporto horas antes de atentado a delator do PCC

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um policial civil de São Paulo foi afastado depois que imagens mostraram que ele esteve no aeroporto de Guarulhos horas antes do assassinato do delator do PCC Antônio Vinicius Gritzbach, 38, em 8 de novembro. Ele usava uma viatura descaracterizada e com as placas adulteradas. Após o assassinato, ele tirou fotos do corpo e dez selfies no local. As informações são do Fantástico, da Rede Globo.

Segundo a reportagem, o investigador Alfredo Raspa da Silva foi flagrado com o automóvel às 14h06 no terminal 2. Logo depois, o carro foi visto em uma rodovia que dá acesso ao aeroporto. A placa estava adulterada, provavelmente, com fita adesiva, na qual a letra F foi trocada pela A.

Silva atua no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), que teve policiais delatados por Gritzbach. Segundo a Globo, Silva não estaria entre os agentes citados pelo delator.

A emissora afirmou que o investigador tinha um voo que partiria do terminal 1, que tem seu estacionamento próprio e fica a 3 km de distância do terminal 2.

Depois de 40 minutos do assassinato, Silva apareceu no terminal 2. Ele fez fotos do corpo de Gritzbach e selfies.

O uso da viatura não foi registrado na corporação, segundo o Fantástico, que também afirmou que o investigador teria dito à Corregedoria que usou o carro de forma particular e teria feito a adulteração da placa para não ser descoberto.

O policial afirmou que estava de férias e iria para Porto Alegre, mas perdeu o voo. Ele disse ao Fantástico que confundiu o terminal onde pegaria o avião. Disse que ficou no aeroporto até as 20h porque tentou comprar outra passagem, mas desistiu em razão do preço. Disse ainda que fez as fotografias por interesse profissional e negou conhecer o delator ou ter relações com o crime.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo afirmou que os fatos estão sendo apurados pela Corregedoria da Polícia Civil.

“O policial que conduzia a viatura prestou depoimento e seguirá afastado, desempenhando atividades administrativas, até o término das apurações”, afirmou a pasta da segurança.

Gritzbach foi assassinado com dez tiros quando saía do desembarque do terminal 2 do aeroporto. Ele voltava com a namorada de uma viagem a Alagoas. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário.

Outras três pessoas sem relação com o empresário foram feridas. Uma delas, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, morreu no dia seguinte.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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