RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Secretaria de Segurança Pública do Ceará investiga a denúncia de uma policial civil do Maranhão que diz ter sido agredida com um pedaço de madeira por um policial durante um treinamento ocorrido na primeira semana de junho.
A agressão teria acontecido durante um curso tático que reuniu 44 mulheres agentes de segurança que atuam nos estados do Ceará, Paraná, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
A defesa do cabo da Polícia Militar Rafael Ferreira Martins nega as agressões e afirma que a policial se lesionou ao cair durante uma atividade.
“Não houve nenhum tipo de agressão, nenhum tipo de ato ilícito ou violento. O exercício naquele momento era de controle de distúrbio civil, uma simulação de confusão. As alunas pulam de um caminhão já em formação, com um escudo na mão, para enfrentar supostos conflitantes. A aluna, que já tinha por volta de 50 anos, não conseguiu pular e se manter em pé e caiu”, afirma Daniel Maia, advogado do policial militar.
A defesa da policial que denuncia o caso foi procurada pela reportagem por mensagens, mas não houve resposta.
O curso durou quatro semanas e, segundo a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará, tinha o objetivo de “desenvolver a expertise do efetivo feminino”. O responsável pelas agressões seria um policial militar do Tocantins que ministrava as aulas.
Nas redes sociais, a policial civil afirmou que foi “vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso”.
“Um cabo da Polícia Militar do Tocantins, que mesmo depois do ocorrido está sendo ovacionado pela sua instituição e por todos que participaram do curso. Curso tático policial feminino. É um curso direcionado apenas para mulheres”, escreveu a vítima, em publicação em que mostra fotos de hematomas nas nádegas.
Em entrevista à TV Globo, a policial afirmou que outras colegas foram agredidas e que o motivo da agressão foi um pedaço de pizza que havia sumido em um espaço de convivência do curso.
“Estava em outra parte quando vi aquele cara louco falando: ‘roubaram minha pizza’. Ele colocou todo mundo em posição de flexão e desceu a paulada em todas, na bunda. Tinha 22 (mulheres) comigo”, disse.
YURI EIRAS / Folhapress