SALVADOR, SP (FOLHAPRESS) – Um investigador da Polícia Civil foi preso nesta quinta-feira (19) na Bahia por suspeita de participar de um grupo de extermínio e envolvimento com casos de extorsão mediante sequestro.
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Urtiga, uma parceria entre a Secretaria Estadual da Segurança Pública e Ministério Público do Estado da Bahia.
Outros cinco policiais foram alvos de busca e apreensão. Dentre eles estão um delegado e quatro policiais militares.
Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública não divulgaram os nomes dos policiais nem deram detalhes sobre a atuação do suposto grupo de extermínio.
A reportagem apurou que o grupo atuava há cerca de dez anos na cidade de Santaluz, extorquia comerciantes da região e assassinava aqueles que não pagavam as extorsões.
A prisão do policial civil aconteceu em Valente, cidade do sertão da Bahia que fica a 240 km de Salvador. Ele foi encaminhado para Corregedoria da Polícia Civil, na capital baiana, onde cumprirá prisão temporária com prazo inicial de 30 dias.
Os demais mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Conceição do Coité e Santaluz, que ficam na mesma região.
Parte dos policiais já tinha sido alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos na primeira fase da Operação Urtiga, deflagrada em 6 de junho. Na época, seis pessoas chegaram a ser presas, dentre elas cinco policiais e um garimpeiro.
ESTADO ENFRENTA CRISE NA SEGURANÇA
A Bahia, estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT) enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.
A Bahia foi, no ano passado, o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências o que dá uma média de 28 casos por semana. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.
JOÃO PEDRO PITOMBO / Folhapress