SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um delegado da Polícia Federal foi atingido por um tiro na manhã desta terça-feira (15) em Guarujá, no litoral paulista. A vítima, o delegado Thiago Selling, foi atingido por um tiro de raspão.
Segundo a corporação, o policial cumpria mandado de busca e apreensão quando foi atingido. Ele foi socorrido em uma viatura da própria PF e levado a um hospital da cidade.
Segundo o boletim de ocorrência preliminar, os agentes da PF foram recebidos a tiros na avenida Tancredo Neves, no bairro Cachoeira, durante uma operação.
Dois suspeitos foram presos com uma submetralhadora, uma pistola, dinheiro e drogas, ainda segundo a PF.
Os dois serão levados à Delegacia de Polícia Federal em Santos, onde serão autuados por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
As informações sobre qual operação a PF fazia em Guarujá só serão divulgadas após a finalização, afirmou a corporação.
Guarujá sofre com a escalada da violência desde o dia 27 de julho, após o assassinato do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Bastos Reis, baleado durante um patrulhamento. O episódio desencadeou a operação Escudo pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que resultou na morte de 16 pessoas.
Três homens se tornaram réus sob acusação do assassinato.
O objetivo da operação, segundo o governo é sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado na Baixada Santista. Porém, do total de casos a que a Defensoria Pública teve acesso, segundo documento do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria, 78 prisões em flagrante (ou seja, mais de 72% delas) referem-se a supostos delitos sem violência ou grave ameaça.
Na lista de presos por esses supostos delitos sem violência estão acusados de furtos de bicicleta, fio elétrico, três frascos de perfumes e uma caixa de paleta de sombras, duas camisetas avaliadas em R$ 40 cada uma, dois cremes avaliados em R$ 51,99 cada um, calha e rádio de veículo abandonado
Também há casos de pessoas presas por furtos cujos processos já foram arquivados.
“Trata-se de análise preliminar que será complementada e aprofundada a partir da obtenção de demais dados que têm sido buscados diariamente pela Defensoria Pública de São Paulo”, diz o órgão no documento.
Em suas redes sociais, na quarta-feira (9), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que 313 pessoas foram presas na operação, sendo que 113 eram procuradas pela Justiça, e 15 adolescentes, apreendidos.
O titular da pasta escreveu que a polícia também apreendeu 44 armas e 790 quilos de drogas.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress