Política monetária não pode virar política libertinária, diz subprocurador no TCU

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O subprocurador-geral do Ministério Público de Contas Lucas Rocha Furtado, que atua junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), divulgou um documento nesta terça (27) em que critica a política de juros do Copom (Comitê de Política Monetária).

“Política monetária não se pode transformar em política libertinária”, disse. “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Por excesso de discricionariedade, a taxa de juros em elevados patamares pode matar o paciente, que no caso é o Brasil.”

Furtado, que chama o documento de “minuta crítica”, diz ter feito representações junto ao TCU sobre a atuação do Copom.

“É preciso discutir sobre o modelo, analisar a coordenação das políticas monetária e fiscal visando à harmonia da política econômica brasileira”, escreveu.

O subprocurador defende a atuação do Congresso Nacional para que se defina uma nova dinâmica para o sistema financeiro, mais alinhada ao interesse nacional, segundo ele.

“Causa-me certa preocupação os limites de atuação desse Comitê. Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o BC precisa se comunicar de forma clara e transparente, mas não é o que vejo nas atas do Copom com termos vagos e permissivos de variadas interpretações”, disse Furtado.

Em sua manifestação, ele também menciona que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é parte em um processo em andamento no TCU que apura suposta inconsistência contábil de R$ 1 trilhão no balanço da autarquia no ano de 2019.

“Ainda que o contraditório exista, pairam dúvidas acerca das assertivas das tomadas de decisão do presidente da autarquia”, escreveu.

Como noticiou o Painel S.A., aliados do governo cogitam usar esse processo para tentar cassar Campos Neto no Senado. No entanto, diante da análise da área técnica do TCU e de ministros envolvidos nas discussões, as chances são ínfimas.

JULIO WIZIACK / Folhapress

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