SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ministros do governo Lula além de outros políticos lamentaram a morte do dramaturgo Zé Celso nesta quinta-feira (6), aos 86 anos. Dentre os que fizeram postagens sobre o artista, está o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que conviveu com o criador do Teatro Oficina em São Paulo, onde foi governador por quatro mandatos.
Segundo Alckmin, Zé Celso “escreveu uma rica história pessoal e para o Brasil”: “Que seu legado continue a inspirar as próximas gerações de homens e mulheres que se dedicam às artes cênicas em nosso país”, escreveu no Twitter. Ele ressaltou o jeito “irreverente e provocativo” do artista.
O presidente Lula lamentou a morte do artista, exaltou a importância dele para o Brasil, e destacou o papel do artista na defesa pela democracia. Zé Celso foi uma figura relevante na luta contra a ditadura militar.
“Corajoso, sempre defendeu a democracia e a criatividade, muitas vezes enfrentando a censura. Transformou o Teatro Oficina em São Paulo em um espaço vivo de formação de novos artistas”, disse Lula.
No último dia 04 de julho, Zé Celso teve 53% do corpo queimado durante um incêndio em seu apartamento. Após ser encaminhado para a UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, ele foi sedado, entubado e posteriormente submetido à hemodiálise.
Outros políticos e ministros do governo Lula também lamentaram a morte do artista. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, demonstrou tristeza com a notícia.
“Um gênio da dramaturgia brasileira nos deixa. Quero externar toda a minha solidariedade aos familiares, amigos e a legião de fãs e admiradores de seu trabalho, que assim como eu, se enlutam com sua despedida”, escreveu Paulo Pimenta.
Gleisi Hoffmann, disse que Zé Celso seguirá sendo “uma das maiores expressões da cultura brasileira”. A presidente nacional do PT usou as redes sociais para enviar uma mensagem aos familiares do artista.
O ministro Fernando Haddad disse que “morre também uma parte do sentimento de ousadia e coragem do teatro brasileiro”. Ele Meus sentimentos aos familiares.
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA
Uma figura irreverente, José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937. Desde a década de 60, se destacou por sua presença de palco e por sua inovação cênica. Porém, sua personalidade começou a ser lapidada pouco tempo depois para nunca mais ser esquecida.
O movimento contracultura dos anos 70 foi uma grande força motriz para que Zé Celso mostrasse a que veio: peças disruptivas, movimento coletivo no palco e liberdade para que o corpo de cada pessoa, artista ou não, pudesse ser a mais pura expressão do que é arte.
O Teatro Oficina, foi fundado por Zé Celso em 1958 junto com colegas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e vive até hoje com atrações pulsantes em seus palcos. A proposta sempre foi contra o estilo de encenação trazido por peças europeias da época. Além disso, o principal objetivo do Oficina era e é fazer com que o público tenha participação ativa em suas apresentações.
MARIANA DURÃES / Folhapress