RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O Flamengo tem já há alguns anos o sonho de ter um clube na Europa. O projeto ficou adormecido nos últimos anos, mas voltou a ser debatido pela gestão desde o início de 2024. Por isso, a diretoria estreita laços com equipes principalmente de Portugal. Mas o que leva o rubro-negro a querer isso?
AS MOTIVAÇÕES
O projeto não necessariamente envolveria uma compra no primeiro momento. O Flamengo pode iniciar formalizando uma parceria e posteriormente, caso o modelo dê certo, adquirir uma parte da SAD (Sociedade Anônima Desportiva, como o modelo de SAF do Brasil) de uma equipe.
O projeto é ambicioso, mas Portugal é o foco neste momento. O clube entende o país como uma oportunidade, inclusive pela quantidade de brasileiros residentes, e uma boa porta de entrada para outros clubes no continente europeu. Ainda não há um time definido, mas Landim tem estreitado laços. O Leixões, como revelou inicialmente o ge, é um desses alvos.
Há um entendimento que jovens saídos da Europa são vendidos por preços mais altos. Por isso, o intercâmbio com os jovens formados nas categorias de base pode ser um ativo importante financeiramente.
A visibilidade e experiência contam. Ter um clube parceiro significaria dar rodagem a jovens sem muito espaço, além de uma vivência fora do país. Os garotos em transição entre base e profissional são os principais focos nesse sentido, já que muitas vezes ficam sem oportunidades.
As receitas em euro também ficam no horizonte. O ganho financeiro é considerado um dos motivos de interesse da diretoria nesse projeto. Impactos financeiros e o rebaixamento do Tondela adiaram esse plano. As conversas começaram entre 2020 e 2021.
A internacionalização da marca é outro foco. O Flamengo vem tendo iniciativas nesse sentido nos últimos anos e vê a chance de colocar a marca na Europa como um outro passo para a expansão.
PROJETO TONDELA NÃO DEU CERTO
Em 2021, o Flamengo apresentou detalhes do projeto de compra do Tondela, de Portugal. Para aprovação, a diretoria precisaria obter a aprovação nos conselhos.
O objetivo era um investidor comprar uma porcentagem da SAD do Tondela. A partir disso, junto com o Flamengo, controlar o futebol da equipe portuguesa. O Flamengo não teria custos.
O projeto envolvia se tornar um conglomerado de clubes. O Flamengo espalharia a marca rubro-negra em outros países posteriormente. A ideia esfriou depois do rebaixamento do Tondela.
O caso na época expos uma rusga entre as vice-presidências. Na época, Marcos Braz se irritou ao ter de se pronunciar sobre o assunto. A relação com Rodrigo Tostes e BAP nunca foi das melhores.
Tostes, que tocava a ideia, deixou o Flamengo. Ele entregou o cargo como vice de finanças para apoiar Bap na eleição presidencial do final do ano. Rodrigo Dunshee é o candidato de Rodolfo Landim.
LUIZA SÁ / Folhapress