Por que os Estados Unidos querem anexar novos territórios, as consequências das mudanças na Meta e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os motivos econômicos por trás do desejo do republicano em anexar territórios como o Canadá e a Groenlândia, as consequências das mudanças nas diretrizes da Meta e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (9).

**TRUMP QUER TUDO**

Donald Trump está de volta. Ele ainda não tomou posse, mas fala como se já tivesse. Nesta terça (7), fez uma série de ameaças territoriais a vizinhos dos Estados Unidos.

Trump disse que estuda anexar o Canadá e a Groenlândia ao território americano, além de retomar o controle do Canal do Panamá e rebatizar o Golfo do México para “Golfo da América”.

CANADÁ

O chão de neve do país cobre um subsolo cheio de petróleo e gás natural. Segundo a CIA, serviço secreto americano, o país tem a terceira maior reserva do óleo mineral no planeta.

A questão da imigração importa aqui. Americanos conservadores veem o vizinho como um reduto de liberais, com leis mais frouxas para estrangeiros, que depois podem migrar para os EUA.

O país passa por uma crise política. Justin Trudeau renunciou ao cargo de premiê após nove anos no poder.

GROELÂNDIA

Terra de neve, ursos polares e renas. Também de muito petróleo. Ainda, lá é possível encontrar minerais como carvão, ouro, prata, cobre, zinco, chumbo e grafite.

Questões de defesa explicam o interesse. A Groenlândia e o Canadá estão entre a Ásia (leia-se, China e Rússia) e os EUA.

A ilha é um território autônomo da Dinamarca. Isso significa que tem um governo próprio, mas segue a constituição do país dominante.

Groenlândia “não está à venda”, disse a premiê dinamarquesa, Mette Frederiksen.

PANAMÁ

O canal que move a economia do país foi o motivo da sua própria independência. Antes parte da Colômbia, o território recebeu subsídios dos EUA para separar-se e construir a estrutura que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico.

Após a obra, as rotas comerciais globais ficaram mais rápidas e o transporte, mais barato.

Desde 1999, o governo local controla o canal, por onde passa 40% do tráfego de contêineres americanos. Por isso, há quem defenda a retomada do controle.

A possibilidade de influência chinesa no governo panamense também é uma preocupação. Dois dos cinco portos do país são operados por uma empresa de Hong Kong.

Quem tem medo de tarifa? Sem apoio para uma invasão militar, a imposição de tarifas é o que Trump promete por agora. Em diferentes falas, disse que imporia altas taxas a Europa, México, Canadá, China, Brasil e outros.

**QUER APAGAR? SÓ NA JUSTIÇA**

As mudanças nas diretrizes da Meta renderam ao longo da quarta-feira (8) e percebemos o que significa ter Facebook, Instagram e Threads sem checagem de fatos, conforme anunciado por Mark Zuckerberg.

A partir de agora, se um usuário de alguma das redes da empresa sentir-se ofendido por uma publicação que considere homofóbica, transfóbica ou xenófoba, terá de pedir a exclusão dela na Justiça.

A plataforma deixou de excluir de forma proativa posts que identificava como pejorativos, inclusive por meio de denúncias.

Havia um programa de checagem de fatos responsável por verificar se um post era ofensivo ou não. Agora, será a versão do ofendido versus a do publicador, sem arbitragem da plataforma.

Traduzindo do advoquês…no Brasil, as redes sociais só podem ser punidas por violações em publicações caso elas desrespeitem ordem judicial.

Isso está definido no artigo 19 do Marco Civil da Internet.

As empresas são livres para definir as “normas da comunidade”, ou seja, qual o comportamento esperado e o que viola o ambiente que desejam criar nas plataformas.

Como a regra das redes prevê que não há canal de moderação, a única forma de denúncia é a Justiça.

PODE TUDO?

A nova versão das Diretrizes da Comunidade anunciada por Zuckerberg admite o uso de linguagem ofensiva no contexto de discussões sobre temas políticos ou religiosos.

“Garantimos o direito a esse discurso quando a intenção do autor está clara”, disserta no documento.

A lei brasileira pune a publicação de conteúdos que contenham discriminação racial, por identidade de gênero, orientação sexual e intolerância religiosa.

Ainda que a plataforma permita o uso do discurso em alguns casos, o usuário está cometendo um crime pela lei brasileira –que está acima das normas da comunidade.

**PAPER IN PARIS**

Em mais um capítulo da disputa entre Paper Excellence e J&F, a primeira decidiu que o melhor local para resolver o conflito seria em Paris.

ENTENDA

A Paper entrou com um pedido de arbitragem na CCI (Câmara de Comércio Internacional) da capital francesa para receber US$ 3 bilhões em indenizações (cerca de R$ 18,4 bilhões) da J&F.

Vamos relembrar. Depois de pagar uma quantia elevada em punições atribuídas em investigações da Lava-Jato, a J&F Investimentos (holding dos irmãos Batista que abriga empresas da família) decidiu vender as operações da Eldorado Celulose em 2017.

A Paper Excellence, empresa do indonésio Jackson Wijaya, quis comprar e pagou R$ 15 bilhões. Um acordo para a transferência foi estabelecido e descumprido, e desde então, as companhias brigam na Justiça pela operação.

Hoje, o controle acionário da Eldorado continua com a J&F.

NOVO CAPÍTULO

O valor pedido pela empresa de origem indonésia foi calculado pensando no que teria ganho tendo posse das ações da empresa que compraria e o que gastou com os 40 advogados contratados para a briga nas cortes.

↳ Não é a primeira vez que o caso é julgado: é a quarta, e a terceira iniciada pela Paper.

↳ Também há outro pedido de arbitragem em andamento, desta vez na CAM (Câmara de Arbitragem do Mercado), da B3.

A J&F quer a anulação do processo. Ela afirma que foi alvo de espionagem, hackeamento e acusa um dos árbitros do caso de parcialidade. Em outro processo, pede a anulação do contrato de venda pela lei de terras do Brasil.

A Paper afirma ter escolhido Paris como lar do novo processo porque acredita que lá a J&F não pode se aproveitar de “brechas processuais na legislação”. O processo será julgado sob a luz das leis brasileiras.

**EM CASA OU NO ESCRITÓRIO? EIS A QUESTÃO**

Enquanto empresas de tecnologia têm anunciado a volta gradual (ou total, no caso da Amazon) ao regime de trabalho presencial, o Spotify nada contra a maré.

O streaming de música mantém o home office e não tem planos de mudar, segundo a revista Fortune.

CRECHE? TRABALHO

A chefe do departamento de RH da empresa, Katarina Berg, disse em entrevista que os funcionários “não são crianças” e não há necessidade de monitorá-los a todo momento.

O home office foi liberado no Spotify em fevereiro de 2021, durante a pandemia. Ele permite que os funcionários trabalhem “de qualquer lugar” desde que a empresa tenha um escritório na região.

Não é fácil, mas compensa. Berg confessa que é mais difícil fazer a manutenção de uma equipe remotamente. Entretanto, viu a taxa de rotatividade de empregados diminuir e a retenção de talentos aumentar com a medida. A diversidade também foi ampliada.

NEM TUDO SÃO FLORES

A empresa demitiu 1.500 funcionários em dezembro de 2023, 17% do quadro de pessoal, para reduzir os custos. Antes disso, já havia dispensado 800 pessoas durante o ano.

Time do escritório. Segundo uma pesquisa da consultoria KPMG, 83% dos CEOs consultados acreditam que até 2027 a maioria das empresas voltarão ao regime presencial.

Como citado anteriormente, a Amazon ordenou que todos os funcionários voltem para os escritórios da empresa cinco dias por semana. A medida começou a valer neste mês.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, é um notório crítico do teletrabalho. O banco prepara a volta ao modelo 100% presencial para este ano.

BlackRock, Goldman Sachs, Meta, Alphabet e Disney estão entre os exemplos de companhias que estão apertando o cerco contra o home office e aumentando a exigência de dias no trabalho cara a cara.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

MERCADO FINANCEIRO

Dólar fecha estável e Bolsa tem forte queda após notícias sobre planos tarifários de Trump. Mercado tenta antever política econômica do presidente eleito, que toma posse dia 20 de janeiro.

IMPOSTOS

MEIs já podem enviar declaração anual à Receita Federal; veja como fazer. Prazo final será encerrado em 31 de maio; entrega é obrigatória para todos empreendedores da categoria.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS