Porto Alegre e cidades vizinhas estão há 35 horas sem energia e moradores protestam

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Passadas 35 horas do forte temporal que atingiu Porto Alegre e outras cidades na noite de terça (16), 454 mil clientes das duas empresas concessionárias de energia ainda estão sem luz na manhã desta quinta (18). Também há falta de água e de internet.

Conforme a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 51 municípios registraram estragos em decorrência das chuvas. Um homem morreu após a marquise de um supermercado em Cachoeirinha desabar sobre ele.

Revoltados com a falta de energia, moradores de ao menos dez bairros da capital gaúcha realizaram protestos exigindo a manutenção da rede elétrica. Em setembro, principalmente no interior, houve clientes que ficaram até dez dias sem luz.

Em Porto Alegre, shoppings e supermercados viraram pontos disputados para carregar celulares e outros equipamentos nas tomadas. Há filas e pessoas sentadas no chão próximos aos pontos de energia com réguas e extensões. Faltam velas e gelos nos supermercados.

Atendidas por geradores de luz e diesel e com sinal de internet, a rede de hotéis Master, que tem sete unidades na cidade, registrou aumento de reservas de 300%.

Conforme a RGE, 310 mil clientes da sua área de cobertura estavam sem energia até as 10h da manhã desta quinta, 200 mil deles na região metropolitana de Porto Alegre. As demais regiões afetadas foram a Central (33 mil clientes), e os vales do Rio Pardo (25 mil), dos Sinos (11 mil) e do Taquari (27 mil).

Já a CEEE-Equatorial, que atende majoritariamente Porto Alegre, tem 144 mil clientes sem luz. Segundo a concessionária, o número corresponde a 26% dos pontos afetados no dia 16 —74% foram restabelecidos.

De acordo com o presidente da empresa, Riberto José Barbarena, a expectativa é de restabelecimento total entre sexta (19) e sábado (20), mas não há uma previsão exata.

A empresa deslocou funcionários de outras regiões do país para atuarem no restabelecimento em Porto Alegre, onde centenas de árvores caíram sobre os fios. O prefeito Sebastião Melo (MDB) chegou a pedir em seu perfil no X (ex-Twitter) a doação de motosserras.

FORNECIMENTO DE ÁGUA PODE SER AFETADO

A falta de energia elétrica prolongada também colocou em risco o abastecimento de água em Porto Alegre para 1,2 milhão de pessoas, quase a totalidade da população (1.322.845, conforme o Censo), pois a cidade não conta com geradores nas estações de tratamento.

Inicialmente, cinco das seis estações ficaram sem energia, mas o fornecimento foi restabelecido em quatro delas, fazendo com que situação retorne ao normal gradativamente.

A retomada também inclui as 87 estações de bombeamento espalhadas pela cidade. A orientação do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) é que as pessoas usem o mínimo possível de água nos próximos dias.

Segundo a Sala de Situação do Governo do RS, o fenômeno meteorológico que atingiu Porto Alegre e região foi uma supercélula. Trata-se de um evento considerado raro com nuvens de desenvolvimento vertical com uma rotação intensa capaz de causar grandes estragos em pouco tempo com pancadas de chuva e rajadas de vento em torno de 100 km/h.

Porto Alegre passou por evento semelhante em 29 de janeiro de 2016, quando a cidade foi atingida por ventos de até 120 km/h e teve fortes danos materiais.

CAUE FONSECA / Folhapress

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