SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Está difícil de respirar em Porto Velho -e perigoso. A capital de Rondônia, com 460 mil habitantes, registrou nesta terça-feira (27) pela manhã o nível mais grave de má qualidade do ar, em meio a queimadas na floresta amazônia e também em outras partes do país.
Às 11h, o índice de partículas finas (PM2,5) marcou 477,5 microgramas por metro cúbico, 95,5 vezes acima do limite recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o que levou a cidade à pior classificação do organismo de monitoramento independente IQAir, o status de “perigoso”.
Ainda de acordo com o IQAir, a capital rondoniense também registrou o status mais crítico na segunda-feira (26), quando teve 290,2 microgramas por metro cúbico de partículas finas (PM2,5). O nível é classificado como perigoso a partir de 225,5 microgramas por metro cúbico.
Em ambos os dias, o clima apresentou o mesmo comportamento: tempo ensolarado (sem chuvas), com temperatura entre 19ºC (mínima) e 39ºC (máxima), e ventos de 3,6 km/h.
No bairro Juscelino Kubitschek, um dos mais populosos da zona leste de Porto Velho, o morador Vinícius Amaral, 24, diz que a péssima qualidade do ar tem afetado diretamente sua saúde e de seus familiares, principalmente as crianças.
“Ao acordar cedo para trabalhar, a gente percebeu uma fumaça muito forte nos últimos dias em Porto Velho, e que agora tem se tornado mais frequente. Minha irmã de 3 anos está doente por causa da fumaça esses dias, que encheu a nossa casa”, conta.
“Onde eu trabalho estava cheio de fumaça, dentro da nossa sala uma fumaceira grande. Então está trazendo um prejuízo em questão de saúde, em questão ambiental, e a gente vê que nada é feito para conter essas chamas que assolam a amazônia”, diz o morador.
Como mostra o Painel do Fogo, plataforma do panorama de incêndios em tempo real do governo federal, Porto Velho está cercada de grandes queimadas, dentro do próprio estado e também nos vizinhos Amazonas e Mato Grosso.
O governo do estado de Rondônia lançou uma campanha para conscientizar a população e incentivá-la a denunciar as queimadas ilegais.
JORGE ABREU / Folhapress