SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Post Malone é tão versátil quanto as playlists da geração Z, os nascidos nos anos 2000. Nova-iorquino criado no Texas, ele começou no hip hop e no trap, mas já dominou as rádios com pop e faixas acústicas e animou a quarentena contra a Covid com covers do Nirvana.
Malone começou a se dedicar ao hip hop aos 16 anos. O primeiro sopro de sucesso chegou em 2015, com o lançamento do single “White Iverson”, que registrou um milhão de visualizações no mês de lançamento e rendeu ao rapper colaborações com nomes como Kanye West e 50 Cent no ano seguinte.
Seu álbum de estreia, “Stoney”, lançado em 2016, contou com o sucesso “Congratulations”, mas não mostrou seu verdadeiro potencial. Com a exceção de algumas faixas com uma base de violão, o álbum era mais uma das misturas de trap e R&B que dominavam as paradas americanas no final dos anos 2010.
O rapper começou a dar sinais de uma mudança em seu som com “Rockstar”, que permaneceu em primeiro lugar na Billboard por oito semanas. Foi o primeiro single de “Beerbongs & Bentleys”, disco que o alavancaria. Com baladas acústicas e faixas que contavam com instrumentação mais típicas do rock reunidas com letras emotivas, ele conquistou uma nova legião de fãs.
A partir do sucesso de “Beerbongs & Bentleys”, Malone virou uma figura carimbada entre os maiores nomes do pop. Ele conquistou quatro indicações ao Grammy em 2019 e foi convidado a gravar o tema do filme “Homem-Aranha no Aranhaverso” em 2018.
Foi nessa época que o cantor se apresentou pela primeira vez no Brasil, no Lollapalooza, onde conquistou uma plateia abarrotada do início ao fim da apresentação, esbanjou carisma e impressionou ao levar ao palco o funkeiro carioca Kevin O Chris para cantar os hits “Ela é do Tipo” e “Vamos pra Gaiola”.
A partir de então, o ecletismo de Malone também começou a se intensificar em seus projetos. As batidas de trap não saíram de cena, mas deram espaço para mais mistura, principalmente no disco “Hollywood’s Bleeding”, de 2019. Nele, Malone gravou “Take What You Want” com o metaleiro Ozzy Osbourne. Era um trap-metal que contava até com solo de guitarra.
O cantor tocou covers do Nirvana em uma live transmitida de sua casa, acompanhado do baterista Travis Barker, do Blink-182, e de outros músicos. As doações arrecadadas pela transmissão foram doadas para a Organização Mundial da Saúde, e a apresentação arrancou elogios dos membros do Nirvana Krist Novoselic e Dave Grohl, além da viúva de Kurt Cobain, Courtney Love.
A pandemia não foi o bastante para frear a ascensão do rapper, que seguiu gravando participações com grandes artistas e, no ano passado, lançou seu quarto álbum de estúdio, batizado de “Twelve Carat Toothache”.
Mas o sucesso veio com com algumas rusgas. Desde sua estreia com “White Iverson”, canção em que se compara ao jogador de basquete Allen Iverson, o cantor atraiu críticas por se apropriar da cultura do hip hop, principalmente de outros rappers, como Vince Staples e Earl Sweatshirt.
Fato é que Malone se afasta cada vez mais da linguagem estética do hip hop. Um exemplo disso é seu novo álbum, “Austin”, em que predominam faixas acústicas e melodias do pop rock e country.
É por isso que o show que ele deve fazer no The Town é consideravelmente diferente dos que ele já fez no Brasil. Além do Lollapalooza, o cantor se apresentou na última edição do Rock in Rio. Na apresentação, ele é acompanhado por uma banda completa, em vez de apenas cantar por cima de beats prontos.
POST MALONE NO THE TOWN
Quando Sáb. (2), às 23h
Onde Palco Skyline
AMANDA CAVALCANTI / Folhapress