Prefeito do Rio diz que criminosos cobraram R$ 500 mil para liberar obras de parque público

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou em rede social que uma organização criminosa ameaçou funcionários e exigiu R$ 500 mil de uma empreiteira que realiza obras da construção do Parque Piedade, zona norte do Rio.

A postagem foi realizada nesta terça (9), na rede social X (antigo Twitter) pelo prefeito. Ele marcou Ricardo Cappelli, ministro da Justiça em exercício, no texto.

O caso foi encaminhado para a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), unidade da Polícia Civil.

“Recebi agora informações de que o crime organizado está pedindo dinheiro para a empreiteira responsável pelas obras do Parque Piedade aonde funcionava a antiga faculdade Gama Filho. Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar”, escreveu Paes.

Ainda de acordo com o prefeito, a obra custa R$ 65 milhões, e os criminosos estariam exigindo R$ 500 mil. Não foi especificado qual grupo criminoso estaria por trás da cobrança. Na região há presença do tráfico e de milicianos.

Cappelli respondeu por intermédio da rede social. “Temos recebido relatos iguais de outros prefeitos do Rio, infelizmente. O crime organizado destrói a economia e o desenvolvimento. A empreiteira não pode pagar nada, é inaceitável este estado paralelo. Vamos pra cima destes bandidos”, escreveu.

A assessoria da Polícia Federal, também citada pelo prefeito, afirmou que apura se o órgão já foi comunicado formalmente pelo município. “Posteriormente, com os detalhes da denúncia, a Corregedoria irá avaliar se o caso é ou não de atribuição da Polícia Federal”, disse.

Também em nota, a Seop (Secretaria de Ordem Pública) disse que encaminhou o caso aos órgãos de segurança.

As obras no Parque de Piedade tiveram início em setembro de 2023 e será erguido em uma área de aproximadamente 18 mil metros quadrados, com prazo para a conclusão de 15 meses. O parque ocupará a área do antigo campus da Universidade Gama Filho, abandonado após a falência da instituição em 2014. As intervenções começaram com a demolição de dois prédios do antigo Colégio Piedade, que ficavam dentro do terreno.

O projeto é realizado pelo Consócio Parque Piedade HFB, composto pelas empresas Biovert Florestal e Agrícola, Fábio Bruno Construções e Hydra Engenharia e Saneamento.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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