SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo afastou três agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) que foram filmados agredindo com chutes e socos um morador de rua durante uma abordagem embaixo do viaduto do Glicério, na região central da cidade.
As agressões aconteceram durante uma abordagem na manhã do último sábado (6). O homem, que teria reagido à ação, recebeu chutes quando já estava rendido. O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, compartilhou vídeos das agressões nas redes sociais.
Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirmou que já iniciou os procedimentos disciplinares. “Após o rito legal, a punição será determinada conforme regramento da instituição”, afirma a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
As agressões foram registradas por pessoas que estavam no local. Os vídeos mostram ainda que um dos guardas apontou a arma até mesmo em direção às pessoas que filmavam a abordagem, o agente mandou que todos saíssem do local.
As imagens mostram que três guardas abordaram o rapaz, que resistiu e foi jogado ao chão. Mesmo caído, o homem foi cercado pelos agentes que deram chutes e socos nele.
Outro guarda usou o cassetete para bater no homem, que continuava resistindo. Ele, então, foi segurado por seis guardas, que, novamente, o jogaram no chão e pisaram nele.
Excessos e abusos cometidos por guardas-civis metropolitanos têm sido alvo de ações judiciais. No fim de junho, a Justiça de São Paulo determinou que a GCM está impedida de usar balas de borracha, bomba de gás e formação de ataque semelhante à usada pela Polícia Militar durante ações em meio aos usuários de drogas que frequentam a cracolândia, no centro de São Paulo.
A decisão também determinou que a prefeitura crie um canal de comunicação para denúncias de abuso de agentes e encaminhá-las ao comando para a instauração de processos administrativos. A GCM também terá que formular em até 60 dias um plano rotineiro de atuação na cracolândia.
A decisão acatou em parte os pedidos da ação civil pública movida pelo Ministério Público após operação policial que dispersou dependentes químicos e prendeu traficantes em maio de 2017. A Justiça não acatou o pedido de impedir a GCM de atuar como polícia investigativa e ostensiva na cracolândia.
Redação / Folhapress