Prêmio Oceanos consagra Micheliny Verunschk e Núno Júdice, morto este ano

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Micheliny Verunschk e Nuno Júdice venceram a edição de 2024 do prêmio Oceanos, que elege o melhor da literatura em poesia e prosa escrita em português e contempla livros publicados em todo o mundo.

Os autores foram premiados na noite desta quinta (5), no Itaú Cultural, em São Paulo, numa cerimônia apresentada por Selma Caetano, diretora da Oceanos Cultura, e Manuel da Costa Pinto, um dos curadores do prêmio.

Nas palavras de Caetano, “para provar que a canção e a poesia andam juntas”, Romulo Fróes, Luiza Brina e Rodrigo Campo transformaram os livros finalistas em música no palco do evento.

Verunschk venceu com o livro “Caminhando com os Mortos”, romance que, a partir do relato de um crime em uma pequena cidade no interior do Brasil, demonstra o ódio secular às mulheres e às minorias. E Júdice foi reconhecido por “Uma Colheita de Silêncios”, coletânea de poemas sobre desamores, amores desencontrados e o silêncio deixado por eles.

A brasileira recebeu o prêmio de melhor livro de prosa pelas mãos do brasileiro Jurandy Valença, diretor da Biblioteca Mário de Andrade, e a portuguesa Alexandra Pinho, diretora do Instituto Camões, anunciou a vitória de Júdice.

O autor português morreu depois de inscrever seu livro no prêmio, aos 74 anos, e foi homenageado postumamente. “Júdice via a finitude com melancolia, mas, para ele, a poesia podia transcender esse limite”, afirmou Costa Pinto.

Dez finalistas concorriam ao prêmio de R$ 300 mil, dividido igualmente entre os vencedores. Entre eles, selecionados em meio a mais de 3.000 livros inscritos, havia cinco brasileiros -Airton Souza, João Silvério Trevisan, Juliana Krapp e Rodrigo Lobo Damasceno, além de Verunschk- dois portugueses, dois cabo-verdianos e um moçambicano.

Veja a lista completa de finalistas.

PROSA

– **’Caminhando com os Mortos’, de Micheliny Verunschk, editora Companhia das Letras**

– ‘Certas Raízes’, de Hélia Correia, editora Relógio D’Água

– ‘Meu Irmão, Eu Mesmo’, de João Silvério Trevisan, editora Alfaguara

– ‘Os Infortúnios de um Governador nos Trópicos’, de Germano Almeida, Editorial Caminho

– ‘Outono de Carne Estranha’, de Airton Souza, editora Record

POESIA

– ‘Criação do Fogo’, de Álvaro Taruma, Alcance Editores

– Limalha’, de Rodrigo Lobo Damasceno, editora Corsário-Satã

– ‘Perder o Pio a Emendar a Morte’, de José Luiz Tavares, editora The Poets and Dragons Society

– **’Uma Colheita de Silêncios’, de Nuno Júdice, editora Dom Quixote**

– ‘Uma Volta pela Lagoa’, de Juliana Krapp, editora Círculo de Poemas

ISADORA LAVIOLA / Folhapress

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