FORTALEZA, CE (UOL/FOLHAPRESS) – Yuri Romão, presidente do Sport, diz não se conformar com a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que puniu o clube com portões fechados após um atentado ao ônibus do Fortaleza. Ao UOL, ele diz que a decisão é xenofóbica por se tratar de um clube nordestino.
“Querem punir o Sport sem leis e sem regras, isso está errado. Não tem embasamento legal para que o procurador faça isso. É uma decisão xenofóbica, é uma questão de CEP por sermos um time nordestino. Não se deve julgar de forma política, mas com viés técnico” disse ele.
“Tivemos o caso do Flamengo contra o Atlético-MG, que foi absolvido. O Fluminense, ao chegar Nilton Santos, já teve seu ônibus também apedrejado. Então porque somente o Sport é punido?”, questionou ele, que completou:
“Está claro que a questão em si, por mais abominável e revoltante que seja, foi um problema no âmbito da segurança pública, não do clube”.
O STJD alegou descumprimento do Sport ao artigo 158 da Lei Geral do Esporte, que fala sobre garantir segurança aos torcedores, dentro e fora dos estádios,
O órgão determinou que o Sport deverá atuar com portões fechados e sem sua torcida como visitante (exceto para jogos pelo Estadual).
O QUE DIZ O STJD
Ao UOL, o procurador Ronaldo Piacente descarta xenofobia:
“O presidente do Sport sabe que isso não existe. É uma medida cautelar, o clube vai ter acesso à ampla defesa e contraditório. Outros clubes já foram punidos no eixo Rio-São Paulo com perda de mando e portões fechados. Acusar e ofender os membros do STJD não me parece um boa estratégia de defesa. Me parece uma defesa apelativa do Sport. O clube já tem histórico de violência das torcidas”.
Em um outro caso, o Sport estava cumprindo punição com portões fechados, ocasião em que pediu conversão da pena para receber mulheres e crianças no estádioa medida foi deferida pelo STJD e houve conflito (briga) das torcidas mulheres. Ontem mesmo no estádio dos Aflitos no jogo contra o Náutico pelo Campeonato Estadual, houve novamente briga das torcidas.
A reportagem ouviu também Rodrigo Guedes, advogado e vice-presidente jurídico do Sport: “A nossa obrigação é solicitar segurança. Colocamos 340 seguranças privados, além de 572 homens da PM. Não temos poder de polícia para monitorar ações criminosas”.
PATRÍCIA CALDERÓN / Folhapress