SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Cem presos do regime semiaberto de São José do Rio Preto (a 440 km de São Paulo) foram escalados para auxiliar na limpeza de pontos críticos da cidade com o objetivo de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A ação está prevista para começar na segunda-feira (13).
A medida foi tomada devido ao aumento de casos positivos da doença no município em dezembro e nos primeiros dias deste ano.
Em todo o ano passado, a cidade de 480 mil habitantes registrou 32.916 casos de dengue, com 17 mortes. Somente em dezembro, foram 7.084 notificações da doença, com 1.660 confirmações. Outras 5.262 suspeitas estão sendo investigadas e apenas 162 foram descartadas.
Em 2025, já são 1.879 pacientes com suspeita de dengue. Destes, 142 foram confirmados e nove, descartados. Os demais casos seguem em investigação, no aguardo dos resultados dos exames.
Além de São José do Rio Preto, os municípios de Potirendaba, Glicério e Tanabi, no noroeste do estado, decretaram situação de emergência em saúde pública devido à doença.
A decisão de incluir os reeducandos na limpeza urbana foi tomada na quinta-feira (9) após reunião do prefeito Coronel Fábio Cândido (PL) com representantes do poder judiciário e autoridades municipais. Eles serão supervisionados por guardas municipais.
Segundo dados da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), 1.461 detentos cumprem pena no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) da cidade. A cada três dias trabalhados, o preso tem um dia de redução na sua pena.
A prefeitura não informou qual será o critério de seleção dos presos que trabalharão no mutirão de limpeza. Os bairros onde os trabalhos serão realizados também não foram divulgados.
No entanto, a expectativa é que as ações aconteçam nos locais em que há maior índice predial, que é a quantidade de larvas do mosquito encontrada nos imóveis. São os casos dos bairros Jardim São Francisco, Jardim Gabriela, Solo Sagrado, Parque da Cidadania, Jardim Americano, Jaguaré, Cidade Jardim, Gonzaga de Campos, Jardim Vetorazzo, Parque Industrial e Vila Mayor.
O trabalho do mutirão de limpeza urbana teve início nesta semana com funcionários municipais e de empresas terceirizadas. Até o momento, 182 caminhões de resíduos foram recolhidos na cidade.
AMPLIAÇÃO DE LEITOS
O prefeito também anunciou a ampliação de 55 leitos dedicados à internação de pacientes diagnosticados com a doença. A medida é uma tentativa de desafogar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) que, apesar de não comportarem internação, estão com pacientes internados e aguardando vagas em hospitais da cidade.
De acordo com a administração, serão 30 leitos no Hospital de Base, dez na Santa Casa, cinco no Hospital Municipal e dez leitos pediátricos no HCM (Hospital da Criança e Maternidade). A criação de um hospital de campanha não está descartada.
“Todos os esforços para reduzir os casos de dengue na cidade estão sendo feitos e eles estão focados nessas duas grandes vertentes: a limpeza urbana e a saúde pública”, disse o prefeito em entrevista a jornalistas.
Como medida, o município também distribuirá 7.000 repelentes para gestantes.
SIMONE MACHADO / Folhapress
