Pressão de deputados faz Castro trocar comando da polícia do RJ em meio à crise na segurança

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em meio ao planejamento das ações com o governo federal, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) prepara mudanças na cúpula da Polícia Civil após uma série de pressões por parte de deputados estaduais.

Nomeado há menos de um mês, o secretário José Renato Torres deve ser retirado do cargo após manifestar a Castro que não acataria indicações de deputados da base do governo.

Torres participou das reuniões com o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre o apoio do governo federal às operações policiais no Rio de Janeiro.

Interlocutores de Castro dizem que o ministro foi informado da mudança. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, disse que não sabia da troca, mas que considerava normal a mudança.

“As políticas públicas seguem. Não nos cabe opinar sobre ocupação de cargos e nomeações em outro ente federado, que é o governo do estado. O governo do estado tem autonomia para montar sua equipe”, disse o número dois do Ministério da Justiça.

A contrariedade de deputados se deve à resistência de Torres em atender às indicações políticas para cargos na Polícia Civil. O subsecretário de Planejamento operacional, delegado William Pena Júnior, já havia ameaçado pedir exoneração na quinta, de acordo com fontes ligadas à cúpula da Polícia Civil.

De um lado, os membros da Assembleia Legislativa afirmam que o secretário não cumpriu compromissos, enquanto a cúpula da corporação vê pedidos em excesso.

O impasse foi tema de conversa em almoço entre Castro e o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (PL), que defendeu a exoneração do secretário.

A definição sobre a mudança se deu nesta terça-feira (17), quando o governador enviou para a Assembleia Legislativa proposta para alterar a Lei Orgânica da Polícia Civil. O projeto tira muda o critério de contagem de tempo de carreira exigido para o cargo de secretário da corporação.

Atualmente são necessários 15 anos como delegado. Castro solicitou que seja considerado todo o período na instituição, permitindo a contagem do tempo como inspetor. Na justificativa do pedido, disse que ” a presente medida também tenciona alinhar um programa eficiente de promoção, onde o policial é incentivado a trabalhar e se qualificar cada vez mais, o que valoriza e prestigia a valorosa carreira”.

A mudança é necessária para que o nome indicado pela Assembleia, o do delegado Marcus Amin, possa assumir como secretário. Atualmente presidente do Detran, ele tem 12 anos como delegado, e mais de três anos como inspetor anteriormente.

ITALO NOGUEIRA E BRUNA FANTTI / Folhapress

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