Previsão de tempestades a partir desta quinta (21) mobiliza litoral de São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Municípios do litoral paulista estão mobilizados e prepararam alertas para moradores por causa da previsão de tempestades e grandes acumulados de água entre esta quinta-feira (21) e domingo (24).

Chuvas e ventos fortes deverão atingir São Paulo, mas com mais intensidade o litoral e o Vale do Paraíba, a partir da tarde desta quinta, por causa de uma frente fria que se desloca do Rio Grande do Sul.

A Defesa Civil estadual prevê até 250 mm de acumulado de chuva no litoral norte e até 180 mm para a Baixada Santista.

Também é esperada ressaca marítima, com ondas de 2.5 metros a 3 metros durante o período.

A Defesa Civil de São Sebastião emitiu alertas em suas redes sociais e enviou mensagens de WhatsApp para moradores nesta quarta-feira (20), com aviso de chuva forte e de ventos que podem chegar a 50 km/h.

De acordo com a prefeitura, todas as secretarias envolvidas em ações preventivas e de resgate estão mobilizadas para o caso da necessidade de abertura de abrigos e atendimentos a possíveis vítimas de enchentes e deslizamentos.

Há risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, queda de árvores, descargas elétricas, alagamentos e enxurradas, afirma a Defesa Civil da cidade.

Com base no volume de chuva, será acionada a sirene de evacuação da Vila Sahy, onde 64 pessoas morreram em deslizamentos de encostas em fevereiro do ano passado -outra morte ocorreu em Ubatuba.

O acionamento da sirene, instalada no ano passado, não é inédito. O mecanismo de alerta a moradores foi usado pela primeira vez em janeiro.

No Guarujá, mensagens de SMS (celular) seriam emitidas ainda nesta quarta-feira para moradores.

Geólogos da Defesa Civil do município estão vistoriando áreas de risco e moradores dessas regiões têm sido orientados a ficarem atentos aos sinais, como postes e árvores inclinados, rachaduras nas paredes de casas, além de portas e janelas emperradas.

Entre outras ações, Caraguatatuba também pretende enviar SMS a moradores com informações de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais, chuvas de granizo e raios.

“A Defesa Civil de Caraguatatuba tem cadastrado imóveis em área de risco, obtendo nomes dos moradores, números de telefone e traçou um perfil completo do local, caso haja necessidade de mandar alertas diretamente para essas pessoas ou enviar socorro”, diz a prefeitura, em nota.

Atualmente, a cidade do litoral norte paulista tem 19 áreas de risco.

Na região da vizinha Ubatuba, a previsão é de até 100 mm de acumulado de chuva apenas na sexta-feira (22). “Representa quase metade da média normal para março”, afirma a meteorologista Josélia Pegorin, da Climatempo.

A Defesa Civil municipal replicou em suas redes sociais um aviso do governo do estado com volumes de chuvas previstos para São Paulo e disponibilizou um número (40199). para moradores cadastrarem seus celulares para o recebimento de alertas

Em Santos, o PPDC (Plano Preventivo Defesa Civil), que conta com 40 pessoas, será reforçado de servidores de outras secretarias para atuar nas áreas de risco.

“Equipes de serviços públicos já estão de sobreaviso, caso haja quedas de árvores devido os ventos intensos. A concessionária de energia também já foi alertada”, afirma a prefeitura.

Santos igualmente envia mensagens aos celulares de moradores cadastrados e diz que usa câmeras para monitorar em tempo real áreas de encostas.

Praia Grande, outro município da Baixada Santista, diz também utilizar câmeras com imagens em tempo real em áreas mapeadas como de risco de deslizamento ou inundações, e nas praias, por causa de eventuais ocorrências relacionadas à ressaca do mar.

No fim da tarde desta quarta, a Marinha emitiu um alerta de ressaca que vai da Baixada Santista a Arraial do Cabo (RJ).

Uma reunião na manhã desta quinta deverá reunir técnicos da Defesa Civil estadual, Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) e Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), para definir ações por causa das condições meteorológicas previstas.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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