PRF recomenda demissão de policiais envolvidos em morte de Genivaldo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A PRF recomendou a demissão dos três policiais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado por gases tóxicos dentro de viatura em Umbaúba, litoral sul de Sergipe, em 2022.

A Polícia Rodoviária Federal concluiu o relatório disciplinar que apurava o caso. O documento também sugere a suspensão de outros dois agentes, por 32 e 40 dias, “por terem preenchido boletim de ocorrência sem a devida transparência e informações relevantes”.

O processo, com mais de 13 mil páginas, foi encaminhado ao Ministério da Justiça na noite desta quarta-feira (2).

Os agentes diretamente envolvidos na morte são Paulo Rodolpho Lima Nascimento, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas. A reportagem tenta localizar a defesa dos policiais.

Em maio, a PRF pediu desculpas pelo caso descrito como “traumático”. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, fez o pedido de desculpas durante a apresentação dos estudos de câmeras que devem ser instaladas nos uniformes dos policiais rodoviários federais.

RELEMBRE O CASO

O caso aconteceu no dia 25 de maio de 2022 em Umbaúba (SE). Na ocasião, Genivaldo foi abordado em uma blitz da PRF enquanto pilotava sua moto na BR-101. Segundo os policiais, ele estaria sem capacete.

Ao ser questionado, teria tentado explicar que tomava remédios para distúrbios psiquiátricos, o que foi confirmado pelo sobrinho que o acompanhava, Wallison de Jesus.

Ao chamarem reforços, os policiais começaram uma série de agressões. Genivaldo foi jogado em um porta-malas da viatura da PRF, sob fumaça intensa. A cena foi registrada em vídeo pelos celulares de testemunhas presentes.

Pelas frestas da porta traseira, mantida semifechada, era possível ver fumaça escapando e também as pernas do homem balançando em desespero, enquanto ele gritava no interior da viatura. Assim que Genivaldo parou de se debater e gritar, os policiais fecharam a porta traseira da viatura, entraram no carro e deixaram o local.

CAÍQUE ALENCAR E MARIANA DURÃES / Folhapress

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