SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O sol estava quente quando começou a segunda edição do festival Primavera Sound, original de Barcelona, no Brasil. O evento, que estreou no país no ano passado, acontece neste fim de semana em São Paulo, e tem The Killers e The Cure como atrações principais.
No meio da tarde deste sábado (2), a movimentação era tranquila no Autódromo de Interlagos, ocupado pelo festival, e em seu entorno. Não havia grandes filas nem aglomerações, e o público caminhava com facilidade pelas estruturas do Primavera.
Tendo em vista o sol forte e o calor intenso, com temperaturas acima dos 30°C, a organização distribuiu água e copos ao público na entrada do festival, além de criar pontos onde é possível se hidratar. O Primavera é realizado pela Time for Fun, ou T4F, mesma empresa que trouxe a turnê recente de Taylor Swift ao Brasil.
Há duas semanas, em um dos shows da cantora no Rio de Janeiro, a fã Ana Clara Benevides morreu e mais de mil pessoas desmaiaram. Na ocasião, com sensação térmica acima de 60°C no estádio Nilton Santos, a empresa foi criticada por não oferecer água ao público.
Mas, no Primavera, a oferta de espaço facilita a vida dos organizadores. Mesmo ocupando só uma parte do Autódromo -diferente de Lollapalooza e The Town, festivais que também acontecem no local-, o evento até a tarde de sábado não contou com grandes aglomerações perto dos palcos.
Os três palcos principais, aliás, foram posicionados como pontas de um triângulo. A proximidade entre eles evita grandes caminhadas pelo Autódromo, e a experiência num geral acaba sendo mais confortável para o público.
Depois da banda de rock inglesa Black Midi e dos canadenses do Metric, com um indie rock, entre outras atrações, o grupo sueco The Hives fez o público reunido sob o céu sem nuvens do Autódromo pular o tempo todo e bater palminhas com uma sequência enérgica de faixas.
“Vocês estão prontos para mudar completamente o gosto musical de vocês na direção do The Hives?”, perguntou o vocalista Pelle Almqvist pouco depois de subir ao palco principal do Primavera, o Corona.
Vestidos com ternos pretos –que não tiraram em nenhum momento, apesar do suor– o grupo voltou ao Brasil após dez anos para mais uma apresentação que ganha brilho extra por causa da presença de palco de seu carismático vocalista.
Almqvist fez muito mais gracinhas que a média dos artistas de rock que passam por aqui. Se enfiou no meio do público logo no começo da apresentação, pegou o celular de alguém da plateia e entregou para um desconhecido ao lado, abriu a camisa para jogar suor no público e soltou várias pérolas em português como “100% rock, 100% samba”.
Checou várias vezes ao longo do show, em português mesmo, se os Hives já eram a banda preferida das pessoas ali.
Os grandes hits do grupo formado quando os membros ainda eram adolescentes na década de 1990 continuam os mesmos da época em que tocaram aqui da última vez, no Lollapalooza de 2013.
“Hate To Say I Told You So” e “Tick Tick Boom” ficaram para a metade e fim do finalzinho do show, respectivamente, quando Almqvist fez o público inteiro se sentar dizendo que seria a última vez que o público poderia descansar as pernas –para então fazê-lo pular de novo.
LAURA LEWER E LUCAS BRÊDA / Folhapress