SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Neste domingo (29), aconteceu a primeira fase do vestibular da Unicamp. Ao todo, 60 mil candidatos realizaram a prova e, de acordo com a universidade, foi registrada a menor abstenção dos últimos dez anos –apenas 6,9% dos candidatos faltaram.
A prova teve início às 13h e os candidatos tiveram que responder a 72 questões de múltipla escolha distribuídas entre língua portuguesa (12), matemática (12), história (7), geografia (7), filosofia (3), sociologia (3), física (7), química (7), biologia (7) e inglês (7).
Para professores, a primeira fase exigiu bom conhecimento de atualidades e interpretação dos candidatos.
“A habilidade de leitura foi uma exigência dessa prova. Nem sempre exigiu conhecimentos profundos, a maior parte era fazer uma boa leitura, uma boa interpretação de um gráfico, tirinha ou imagem”, analisou a coordenadora do Objetivo Vera Lúcia da Costa Antunes.
Para ela, foi uma prova com assuntos relevantes, como comunidades tradicionais, terremoto, morador de rua, que fez com que o aluno aplicasse o conhecimento por meio de textos e figuras.
Em história, Vera Lúcia afirma que foi uma prova mais fácil que nos anos anteriores, mas apresentou questões diversificadas, com abordagem sociocultural, longe da tradição política.
Marcus Vinícius de Morais, professor de história da Oficina do Estudante, concorda que o nível de dificuldade de história ficou entre fácil para médio. Para ele, o vestibular inovou na forma de abordar temas clássicos.
“Negros, indígenas e mulheres apareceram como protagonistas. O mundo plural e múltiplo, característica da prova, também ficou evidente nos variados tipos de fontes, como sermões, fotos e textos”, afirmou ele.
Já inglês apareceu como uma das provas mais difíceis. Para Vera Lúcia, do Objetivo, saber a língua estrangeira não era o único requisito. “Tinha que ler o texto e haver a compreensão do texto, que foi a tônica da prova.”
Márcio Pantoja, professor do Oficina do Estudante, afirma que a prova manteve a tradição e cobrou uma diversidade de gêneros textuais, com assuntos que abordaram o racismo de Martin Luther King comparado com o racismo de hoje, a representação da cultura indígena e questões de tecnologia, como ChatGPT.
Matemática estava mais fácil se comparada com a prova do ano passado. Rodrigo do Carmo, da Oficina do Estudante, afirma que os assuntos ficaram mais concentrados em conteúdos que são tradicionalmente abordados no 1º e 2º ano do ensino Médio.
Ele destaca, ainda, uma questão sobre a lei dos cossenos, assunto que nos últimos anos não aparecia na primeira fase.
Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, cita que a prova consagrou um padrão exigindo três pilares dos candidatos: a leitura, as relações e a capacidade de contextualização.
Em filosofia, por exemplo, Paganim afirma que o texto fornecido era suficiente para chegar à resposta. Sobre as relações, ele cita uma das questões que apresentava uma notícia sobre uma mulher que foi espancada após boatos nas redes sociais e pedia para comparar com uma das leituras obrigatórias, o livro “Olhos D’Água”, de Conceição Evaristo.
Em relação a contextualização, ele destaca que a banca cobra assuntos com contextos muito bem detalhados. Por exemplo, cobra conhecimentos de linguagens, mas a partir de uma canção, que foi tema de uma novela regravada.
Na primeira fase, candidatos disputam por uma das 2.537 vagas em 69 cursos de graduação da Unicamp. O gabarito oficial das questões vai ser divulgado na quarta-feira (1º) e a lista de aprovados será divulgada no dia 23 de novembro.
CALENDÁRIO DO VESTIBULAR DA UNICAMP 2024
Divulgação dos aprovados para a 2ª fase: 23.nov; a divulgação dos locais de prova e notas de corte da segunda fase será no mesmo dia Provas da 2ª fase: 3 e 4.dez (domingo e segunda-feira) Provas de habilidades específicas dos cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança: 7 a 9.jan.2023, a depender da carreira Divulgação da primeira chamada: 29.jan (segunda), no site comvest.unicamp.br Matrícula online da primeira chamada: 30 a 31.jan
ISABELLA MENON / Folhapress