Primeiro trecho de obras na avenida Santo Amaro, em SP, é entregue incompleto

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A primeira fase de obras de requalificação da avenida Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, foi entregue com pendências nesta terça-feira (30), prazo final para a conclusão das intervenções no trecho de quase um quilômetro entre a rua Afonso Braz e a avenida Juscelino Kubitschek.

A entrega ocorre a uma semana de serem completados nove anos da votação na Câmara Municipal que aprovou projeto de lei sobre a reforma da via, conhecida oficialmente como Santo Amaro desde 1954. Foi também uma das primeiras a receber estrutura de corredor de ônibus, em 1986.

Na tarde desta terça, ainda havia travessias de pedestres sem faixas de sinalização pintadas no asfalto, o que confundia quem tentava cruzar a avenida na altura da rua Doutor Alceu de Campos Rodrigues. Uma equipe de funcionários da prefeitura também testava o semáforo na esquina da rua Doutor Eduardo de Souza Aranha.

Funcionários de um posto de gasolina localizado na avenida apontaram a falta de bocas de lobo, o que compromete a drenagem da via. Um deles mostrou a poça d’água formada perto do meio-fio após uso de mangueira para lavar a calçada ainda de manhã.

Além disso, comerciantes reclamavam de desníveis entre a calçada nova e a entrada dos imóveis, o que dificulta a entrada de veículos de clientes. Em outro posto de combustíveis, o consórcio responsável pelas obras teve que rebaixar a guia duas vezes a pedido do proprietário.

Em nota, a secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou que as correções serão iniciadas imediatamente pelo consórcio contratado para as obras, “sem prejuízo da funcionalidade do trecho entregue”, diz trecho da nota.

A secretaria também ressaltou que identificou necessidade de ajustes em detalhes no acabamento durante vistoria realizada nesta segunda-feira (29). Não foram comentados os problemas específicos apontados pela reportagem.

Apesar das pendências, a Santo Amaro ostentava faixas com os dizeres “obras entregues” em ao menos duas ruas. Havia também pedidos de desculpas pelos transtornos. O longo período de obras refletiu no trânsito da região, que precisou ser desviado.

Após a entrega do primeiro trecho nesta terça, a segunda etapa das obras, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Bandeirantes, passando pela Helio Pellegrino, tem previsão de conclusão para o fim de setembro, após prorrogação de 12 meses do prazo original.

Em setembro do ano passado, o TCM (Tribunal de Contas do Município) emitiu um alerta à Prefeitura de São Paulo para cobrar celeridade nas obras, depois de constatar que, passado metade do prazo de entrega, as obras tinham avançado menos de 20%.

Na ocasião, trechos da avenida foram interditados para dar andamento ao projeto de revitalização.

O contrato de requalificação dos 2,6 quilômetros da Santo Amaro entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Bandeirantes foi assinado em maio de 2016, ainda na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), por R$ 58,6 milhões (R$ 85 milhões em valores atuais corrigidos pela inflação), e com prazo de 24 meses para ser concluída.

As obras só foram iniciadas seis anos depois, em julho de 2022, após atraso em desapropriações, licenciamento, estudos técnicos, análises urbanísticas e definição de recursos.

As melhorias incluíram a pavimentação com concreto asfáltico, reforma do corredor de ônibus, novas paradas, enterramento da fiação e remoção dos postes. Foi instalado também um novo sistema de iluminação e alargamento da calçada.

Atualmente, o investimento subiu para R$ 161,4 milhões, quase o dobro do orçamento apresentado na primeira versão do contrato há oito anos.

Após as demolições, que custaram R$ 31,5 milhões, o custo mais alto do orçamento foi destinado ao projeto de desvio de trânsito, que consumiu R$ 21,7 milhões. Ao enterramento dos fios foram destinados R$ 17 milhões.

MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress

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