Privatização da Sabesp deve gerar pelo menos R$ 15 bilhões, estima Bradesco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A oferta de ações que vai tirar do governo de São Paulo o controle da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de SP) deve sair em junho e girar em torno de R$ 15 bilhões —pouco mais de quatro vezes o lucro da companhia em 2023, de R$ 3,5 bilhões—, segundo estimativas do Bradesco.

A empresa paulista de saneamento prepara um follow-on para que o governo venda entre 15% e 30% das ações da companhia. Hoje o estado detém 50,3% dos papéis da empresa.

A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que não definiu ainda qual será a fatia de venda da Sabesp, mas fontes que acompanham as negociações afirmam que o estado se encaminha para vender 30%, o máximo previsto em lei aprovada pela Assembleia Legislativa no ano passado.

“É uma oferta bastante grande para o mercado brasileiro. Cerca de US$ 3 bilhões é muita coisa”, afirmou Bruno Boetger, diretor do Bradesco BBI, nesta terça-feira (2).

Segundo o executivo, há uma forte demanda pela oferta. “Já há empresas estratégicas e financeiras que estão olhando [o follow-on da Sabesp] com muito carinho.”

O banco também está otimista com novas ofertas de ações no segundo semestre deste ano na Bolsa de Valores brasileira.

“Esperamos cinco IPOs no segundo semestre de empresas de qualidade, joias da coroa de seus respectivos setores, prontas para vir a mercado, com governança”, disse Boetger em entrevista a jornalistas.

Ao todo, o Bradesco estima que as ofertas de ações, considerando IPOs e follow-ons, totalize entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões neste ano.

Para isso, o banco conta com o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, com uma primeira redução de 0,25 ponto percentual na Selic americana em junho, levando-a para a faixa de 5% a 5,25% ao ano. Ao fim de 2024, após cortes adicionais, o Bradesco prevê que o juro americano termine a 4,75%.

“Esse é um cenário positivo para o Brasil. Os fundos dedicados a América Latina e Brasil já estão alocados em ativos brasileiros, mas os fundos globais ainda não. Acreditamos que o Brasil está bem posicionado para atrair esses investimentos, pois ele ainda está barato comparado a outros emergentes”, disse Boetger.

JÚLIA MOURA / Folhapress

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