SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para Tarcísio de Freitas (Republicanos), a privatização da Sabesp foi uma maneira de proteger a companhia dos desafios futuros.
“Fazer a privatização é proteger a Sabesp. Isso é uma coisa que os apóstolos do atraso, que faziam oposição à privatização da Sabesp, não entendiam”, disse o governador e São Paulo nesta terça-feira (14), durante evento do Safra.
Segundo Tarcísio, a companhia de saneamento corria o risco de perder licitações com os municípios, à medida que os contratos vencessem, por uma suposta falta de capacidade de a ex-estatal competir com as empresas privadas.
“Se ela começa a perder os mercados relevantes, e vamos lembrar que hoje 11 municípios financiam os outros 360, a Sabesp vira deficitária da noite para o dia. Se perde Osasco ou São Paulo, por exemplo, ela vira uma empresa deficitária”, disse Tarcísio.
Ainda segundo o governador, os planos de negócios da Sabesp e dos municípios iam em direções opostas, algo que a privatização teria uniformizado.
“Tivemos a oportunidade de alinhar os instrumentos de planejamento, que cada documento falava uma coisa”, afirmou Tarcísio.
Ele disse ainda que a política de distribuição de dividendos da companhia foi atrelada às fases investimento na universalização do tratamento de água e esgoto e com o grau de endividamenteo da companhia, de modo a evitar o que aconteceu com a empresa de saneamento britânica Thames Water, que acumulou dívidas e depende de uma ajuda do Reino Unido para se reerguer.
“Tudo foi estudado, pensado, trazido para dentro desse contrato, as regras de governança, o acordo de investimentos, nosso acordo de acionistas”, diz Tarcísio.
O governador também falou sobre a tarifa, uma das principais questões sobre a provatização da Sabesp.
“A tarifa vai explodir? Não vai, porque nós cuidamos disso também. Há a curva tarifária original da Sabesp, baseada no plano de negócios, R$ 56 bilhões até 2033, e eu vou caminhar sempre abaixo dessa curva. Como? Primeiro, pela mudança regulatória. Segundo, pelo aporte de parte do valor de venda na companhia. Terceiro, pela devolução, pela entrega do dividendo do estado.”
Segundo ele, o dividendo pode ser menor para que a tarifa não suba.
“O privado quer dividendo, eu também quero, só que eu aporto meu dividendo na companhia, e, com isso, eu seguro a tarifa. Sem destruir valor para o acionista, eu devolvo para o cidadão, eu garanto para o cidadão a participação no resultado da companhia na forma de modicidade. Isso é muito moderno, isso a esquerda nunca fez”, disse Tarcísio.
JÚLIA MOURA / Folhapress