RIO CLARO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ronaldo Piacente, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), participou do De Primeira e comentou as declarações de John Textor após a derrota do Botafogo para o Palmeiras. Ele revelou que o dono da SAF do Botafogo deve ser denunciado e pode ser suspenso por até 90 dias.
“A procuradoria está ciente dos fatos, todas as declarações feitas pelo (John) Textor, vamos analisar, mas a princípio haverá denúncia sim. Há uma previsão no código que é ofender a honra de pessoas relacionadas ao desporto e a pena chega a suspensão de 15 a 90 dias e também aplicar uma multa de 100 a 100 mil reais. Isso aconteceu ontem, mas uma equipe da procuradoria já está preparando essa denúncia”, disse o procurador-geral.
“O clube não ganha em campo e está virando uma constante atribuir a culpa ao árbitro ou no VAR, que é o árbitro de vídeo. Não creio que a credibilidade do campeonato está maculada, o que vejo é que há várias reclamações sem sentido. Nesse caso que o Textor comenta sobre corrupção, que beneficiou o Palmeiras em relação à expulsão, mas temos que lembrar que ele marcou uma penalidade máxima a favor do Botafogo. Fica meio incoerente. As pessoas têm que tomar consciência que precisa ganhar o futebol dentro de campo”, completou.
Se Textor for condenado, como cumprirá a pena?
“Tivemos uma questão idêntica do presidente do Goiás, que também disse as mesmas palavras em relação a CBF, presidente, comissão de arbitragem e ele foi suspenso por 90 dias. Ele fica proibido de participar de qualquer ato que o clube participe: treinamento, ir no vestiário, entrar em campo. Ele não pode. Como gestor ele precisa administrar o clube, então ele precisa fazer um pagamento, uma transferência, então na questão administrativa, como são atos prerrogativas a aquele determinado dirigente, esses atos ele pode praticar, mas ele não pode tudo que estiver relacionado ao campo de jogo”.
É preciso conscientizar
“O que precisa ser feito é uma conversa das entidades de administração do desporto juntamente com os clubes para poder orientar, fazer um trabalho de conscientização porque o tribunal não tem muito o que fazer, ele condena. Qualquer tribunal, e não só o esportivo, sempre que acaba condenando alguém, pelos princípios gerais do direito, deveria servir como exemplo para que isso não se repita. Nós já estamos acostumados, todo final de campeonato é a mesma coisa. Clube começa a perder, é desclassificado e aí sempre tenta se colocar a culpa em alguém para justificar essa derrota em campo”.
Redação / Folhapress