BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O procurador Bruno Resende Rabello, servidor da Advocacia-Geral de Minas Gerais que agrediu uma funcionária de uma rede de cinemas em Belo Horizonte, divulgou um vídeo no qual pede perdão à mulher e se diz “muito envergonhado”.
O caso aconteceu no dia 8 deste mês, em um shopping da região central da capital mineira. O procurador teria tentando agredir e cuspido na funcionária por ela não ter levado o refil de pipoca até ele no interior da sala de cinema, de acordo com o boletim de ocorrência.
Rabello caracterizou o episódio como “dia de fúria”.
“Eu tive um comportamento inadmissível, inaceitável, nojento. Naquela noite eu cheguei em casa, tentei dormir, fiquei pensando como eu poderia me redimir com a funcionária do cinema no dia seguinte. Eu não sabia de imagem gravada, não sabia que isso ia ter repercussão midiática”, diz o procurador no vídeo.
Em nota, os advogados de Rabello e da vítima afirmaram que, “após a agressão sofrida de forma injustificável e noticiada pela mídia na semana passada”, ambos chegaram a um acordo “com pedido de perdão, aceito pela ofendida, e reparação dos danos que lhe foram causados”.
Na semana passada, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que determinou abertura de investigação contra o procurador.
“Em meu governo não toleramos qualquer forma de violência ou conduta imprópria. Determinei a abertura de sindicância administrativa para investigar o excesso cometido por um advogado da AGE-MG, em possível violação dos normativos da carreira e do Estatuto do Servidor Público”, escreveu Zema nas redes sociais.
No dia da agressão, a funcionária disse à Polícia Militar que chegou à recepção com um pedido de outro cliente quando viu o cliente batendo na porta exigindo o refil de sua pipoca.
Ela então lhe entregou a pipoca, e o procurador teria reclamado que o refil deveria ter sido levado até ele na sala de cinema. A funcionária disse ter explicado que aquele não era o procedimento, e o homem teria dito que ela deveria fazer o que ele mandava, ainda de acordo com o relato da mulher aos policiais.
Rabello passou a filmar a funcionária, que disse que não autorizava a gravação. Ele então a chamou de incompetente, cuspiu e tentou agredi-la três vezes, conforme registrado no boletim de ocorrência.
O gerente da loja chamou a polícia, mas o procurador já havia deixado o local. Ele foi identificado depois pelo CPF que constava na nota de compra da pipoca.
Rabello atua na Procuradoria de Direitos Difusos, Obrigações e Patrimônio do estado. Em maio, sua remuneração bruta foi de R$ 35,8 mil.
A Advocacia-Geral afirmou que “não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes, ainda que fora de suas atribuições institucionais, preservado o direito ao contraditório e à ampla defesa”.
Redação / Folhapress