SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um procurador de Justiça furou um sinal vermelho, se envolveu em um acidente com um motociclista e depois deixou o local sem prestar socorro. Na sequência, um grupo foi até sua casa para agredi-lo.
O caso aconteceu na noite desta quarta (21) na zona leste de São Paulo. O Ministério Público estadual disse ter aberto um procedimento para apurar a conduta do procurador Carlos Alberto Freitas, 61, no episódio.
A reportagem não conseguiu localizar Freitas ou seus advogados. O Ministério Público não respondeu ao pedido da reportagem para conversar com o procurador.
O acidente aconteceu no cruzamento das ruas Itapura e Antonio Camardo, no Tatuapé, e foi registrado por uma câmera de segurança. A imagem mostra o carro conduzido pelo procurador, um BMW 320i, sobre a faixa de pedestres. Ele então avança o sinal vermelho e tem seu veículo atingido na parte traseira pela motocicleta, que passou pelo sinal verde.
Após a batida, o condutor da moto, um homem de 28 anos, ficou caído no asfalto. O carro não parou para prestar socorro. Um outro vídeo mostra o BMW arrastando a moto.
Uma pessoa que presenciou o acidente seguiu o carro do procurador até o condomínio onde ele mora, a cerca de 800 metros do ponto da batida. Na entrada do imóvel, segundo a Secretaria da Segurança Pública, houve um tumulto.
De acordo com o boletim de ocorrência, o procurador disse que um automóvel havia invadido a garagem do local e que várias pessoas tentaram agredi-lo.
Em seu depoimento, o procurador disse que trafegava pela rua Antônio Camardo e que após ultrapassar o cruzamento com a rua Itapura, sentiu um impacto na traseira de seu automóvel. Ele contou que, ao checar pelo espelho retrovisor interno, não viu nada.
Ele disse também ter sido vítima de extorsão mediante sequestro recentemente e que em virtude de sua profissão, decidiu que era mais seguro ir para casa para checar se algo tinha acontecido. Ele afirmou que foi só quando estava dentro do condomínio que notou que uma moto estava presa em seu carro.
Ainda segundo Freitas, cerca de dez pessoas invadiram o seu condomínio e começaram a agredi-lo.
Uma outra pessoa presente disse ter visto quando o carro de Freitas bateu na motocicleta e fugiu sem prestar socorro. Essa testemunha disse que seguiu o carro do procurador até o condomínio.
Segundo esse depoimento, o procurador parou o carro após a batida, olhou para trás e deixou o local. O homem contou ter seguido com seu veículo o automóvel de Freitas. Ele relatou não ter tido a intenção de bater contra o portão do condomínio, mas que se confundiu com o câmbio e com os pedais e acabou por danificar o objeto.
Essa pessoa confirmou ter dado um soco em Freitas e que outras pessoas também foram até o condomínio.
Um boletim de ocorrência por colisão, dano, lesão corporal e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor foi registrado no 30° DP (Tatuapé).
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress