RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Produto chinês pagará tarifa de até 245%, diz governo dos EUA

SÃO PAULO, SP, E WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Produtos chineses podem ser atingidos com uma tarifa de até 245%, informou o governo dos Estados Unidos em um documento da Casa Branca.

O valor se refere à taxa de 145% imposta por Donald Trump aos chineses somada a alíquotas de 100% que já estavam em vigor anteriormente, sobre produtos específicos.

Seringas e veículos elétricos exportados da China, por exemplo, devem receber a taxação de até 245%. Esses itens já recebiam uma taxa de 100% para entrarem nos EUA, aplicada pelo ex-presidente Joe Biden, antecessor do republicano.

A eles será adicionada a tarifa de 20% anunciada por Trump como parte do esforço para combater o tráfico de fentanil e a de 125% de tarifas recíprocas, divulgadas na semana passada, como parte do embate comercial entre os países.

O índice de 245% apareceu numa nota da Casa Branca publicada nesta terça (15), que trata da investigação sobre minerais críticos abertas com Trump. O valor provocou questionamentos de jornalistas a autoridades de Pequim sobre o que poderia ser uma nova retaliação.

Um funcionário da Casa Branca, porém, esclareceu à reportagem se tratar de uma sobreposição de tarifas. Na última terça-feira, a China suspendeu a compra de aeronaves da Boeing, em mais um lance retaliatório às tarifas norte-americanas.

As duas maiores economias do mundo têm estado em cabo de guerra desde 2 de abril, quando Trump tornou o tarifaço público. Inicialmente, a China seria taxada em 34%, além do piso básico de 10% para todas as importações que chegam aos EUA e de outras tarifas impostas ao país asiático ao longo dos últimos três meses.

Mas Pequim retaliou com tarifas da mesma magnitude, e Trump subiu a régua para 50%. A China não recuou e aumentou as taxas sobre os EUA para 84%, o que culminou em encargos de 145% por parte do governo norte-americano. O país asiático, então, aumentou a carga para 125% na sexta-feira.

*

ENTENDA A GUERRA TARIFÁRIA EM CRONOLOGIA

2017 – O INÍCIO DAS TENSÕES

– Março – Donald Trump, recém-eleito, assina decreto pedindo fiscalização mais rigorosa contra práticas de comércio desleal como dumping (nome dado à venda de produtos no mercado externo por um preço mais baixo do que o praticado no próprio país ou abaixo do custo de produção)

– Abril – Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, lançam um plano de 100 dias para reduzir o déficit comercial americano com a China, mas as negociações fracassam

– Agosto – EUA iniciam uma investigação oficial sobre roubo de propriedade intelectual pela China

2018 – TARIFAS E RETALIAÇÕES DIRETAS

– Janeiro – EUA impõem tarifas de 30% sobre painéis solares (principalmente chineses)

– Abril – China responde com tarifas sobre US$ 3 bilhões em produtos dos EUA (frutas, vinho, carne suína). Um dia depois, EUA impõem tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em bens chineses —e a China reage com o mesmo valor

– Junho a Agosto – segue a troca de tarifas em disputas comerciais sobre tecnologia, propriedade intelectual e balança comercial que afetam em mais de US$ 250 bilhões as mercadorias chinesas e em mais de US$ 110 bilhões as importações dos EUA para a China

– Setembro – EUA impõem tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, com previsão de aumento para 25% em janeiro de 2019

2019 – TENTATIVAS DE ACORDO

– Maio – EUA proíbem a Huawei de adquirir componentes americanos

– Junho – Trump e Xi concordam em retomar negociações, mas os avanços são lentos e limitados

2020 – ACORDO PARCIAL E PANDEMIA

– Janeiro – EUA e China assinam o “Acordo da Fase Um”, com o governo americano mantendo as tarifas de 25% sobre muitos produtos industriais chineses, enquanto reduzia as tarifas de 15% sobre alguns produtos de consumo para 7,5% e cancelava algumas outras tarifas

2022 A 2024 – A DISPUTA TECNOLÓGICA SE INTENSIFICA

– Outubro de 2022 – Joe Biden amplia restrições sobre exportações de chips e semicondutores para a China

– Outubro de 2023 e Dezembro de 2024 – Novas rodadas de sanções tecnológicas americanas contra a China

– Fevereiro de 2024 – Em campanha, Trump promete tarifas de 60% sobre todas as importações chinesas caso vença novamente

– Maio de 2024 – Biden aumenta tarifas sobre veículos elétricos, células solares, aço, alumínio e equipamentos médicos vindos da China

2025 – ESCALADA SEM PRECEDENTES

– 20 de janeiro – Trump lança a política “América em primeiro lugar”

A medida estabelece a revisão dos déficits comerciais dos EUA e prevê medidas como tarifas globais sobre importações

– 31 de janeiro – Primeira tarifa de 10% sobre produtos chineses

Trump anuncia a sobretaxa como resposta ao suposto fracasso da China em conter a exportação de substâncias químicas usadas na produção de fentanil

Canadá e México também são taxados em 25%. Uma alíquota adicional de 20% já havia sido imposta em fevereiro por Trump, elevando a tarifa inicial para 30%

– 5 de fevereiro – China reage com tarifas e controle de exportações

Pequim estabelece tarifa de 15% sobre carvão e GNL dos EUA e 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas, veículos grandes e picapes. Também restringe exportações de 25 itens de terras-raras

O governo chinês abre contestação na OMC contra tarifas impostas por Trump

– 3 de março – Trump eleva tarifa sobre produtos chineses para 20%

O presidente americano alega que a China não fez o suficiente para conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA. Com a tarifa anterior de 10% e a de 20% de fevereiro, o total chega a 50%

– 4 de março – Retaliação chinesa

Pequim aplica tarifas de até 15% sobre produtos agrícolas como frango, soja, trigo, milho, carne e laticínios; além de 10% sobre sorgo, soja, carne suína e bovina, pescados, frutas, vegetais e laticínios.

– 2 de abril – EUA adotam “tarifas recíprocas” sobre todos os seus parceiros comerciais

A China é taxada em 34%, elevando o total de tarifas para 54%

– 4 de abril – Nova resposta da China

Em retaliação, a China anuncia tarifa de 34% sobre produtos americanos, restrição a exportações de sete terras-raras e sanções contra quase 30 empresas dos EUA.

– 8 de abril – Mais 50% de tarifa sobre a China

Trump ameaça nova elevação caso a China não recue. O total atinge 104%

A Casa Branca anunciou na noite de terça-feira (8) que aumentará as taxas para 90% do valor do pacote ou a cobrança fixa que subirá de US$ 75 para US$ 150 (de R$ 456,15 para R$ 912,30). A tarifa entra em vigor em 2 de maio, e o aumento da taxa fixa será efetivo a partir de 1º de junho

– 9 de abril – China anuncia tarifas de mais 84% sobre produtos dos EUA

Em resposta à tarifa americana de 104%, o Ministério das Finanças chinês impõe uma nova taxa de 84% sobre bens dos EUA

Horas depois, Trump anunciou, na sua plataforma Truth Social, o aumento das tarifas sobre a China para 125%

Em paralelo, o presidente americano pausou as tarifas recíprocas —sobretaxas com índices mais elevados— sobre todos os outros países por 90 dias e aplicará no lugar a tarifa global de 10%, na qual o Brasil está inserido

– 10 de abril – Trump impõe tarifa de 145% sobre importações chinesas

O percentual é resultado da soma da taxa anunciada por Donald Trump na quarta (9), de 125%, a uma tarifa de 20% aplicada no início deste ano.

– 11 de abril – China eleva para 125% tarifas sobre importações americanas

Governo chinês diz que esse deve ser o último aumento, pois reduz a zero apetite do mercado por produtos dos EUA

– 15 de abril – Documento da Casa Branca mostra tarifas de até 245%

Sobretaxa é cobrada de produtos chineses específicos, como carros elétricos e seringas

JULIA CHAIB / Folhapress

COMPARTILHAR:

Mais do Colunista

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.