SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com estiagem e dias de calor intenso, o rio Pinheiros voltou a ficar com a água verde em São Paulo nesta quinta-feira (26).
Em razão dessas condições climáticas, a vazão que chega ao Pinheiros pelos rios afluentes diminuiu significativamente, de acordo com a Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), favorecendo a proliferação de algas devido ao aumento da concentração de nutrientes no rio.
A mesma situação já havia ocorrido no último dia 9. Para contorná-la, nos dias 10 e 11 foram feitas operações de bombeamento para aumentar a circulação de água no Pinheiros, contribuindo assim para a melhoria do canal, afirmou a Semil.
O trabalho, contudo, foi interrompido devido à melhora das condições.
“As chuvas da semana passada trouxeram um alívio temporário, melhorando consideravelmente a qualidade da água e permitindo a paralisação do bombeamento. No entanto, com o retorno da estiagem, houve reaparecimento da eutrofização e o consequente esverdeamento da água”, afirmou a secretaria.
Como há pouca água no rio, a concentração de nutrientes do esgoto aumenta, criando um ambiente propício para a proliferação de algas em quantidade suficiente para mudar a coloração da água.
A sucessão de dias quentes e secos continua ao menos até novembro, com mais calor e menos chuva do que a média em São Paulo, de acordo com prognóstico sobre a primavera elaborado pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia).
O governo afirmou que a SP Águas (Agência de Águas do Estado de São Paulo) está em contato com a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) para retomar as operações de bombeamento do canal, utilizando a Usina São Paulo.
A secretaria diz que, para melhorar a qualidade do rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros, o Governo de São Paulo lançou o programa Integratietê no início de 2023.
A iniciativa, diz a pasta, vem implantando uma série de ações de curto, médio e longo prazos, como ampliação do saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, desassoreamento e recuperação de fauna e flora. A previsão é que sejam investidos R$ 15,3 bilhões até 2026.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress