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Promotoria mira suposta quadrilha que usava ‘boa noite, Cinderela’ para roubar criptomoedas no Rio e em SP

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro desmontou uma suposta quadrilha formada por colombianos e brasileiros especializada no roubo de criptoativos por meio do golpe conhecido como “boa noite, Cinderela”, que consiste em dopar vítimas para roubar seus pertences. O grupo atuaria principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A investigação, batizada de Operação Medellín, já passou por duas fases e revelou que a quadrilha usava substâncias sedativas para incapacitar as vítimas e, em seguida, transferir dinheiro para suas contas.

Um dos principais alvos da operação, a colombiana Angie Paola Parra Hoyos, foi extraditada para o Brasil no dia 28 de fevereiro, após ser presa na Colômbia no ano passado. Ela era considerada foragida desde 2023, quando participou de um roubo no Rio de Janeiro e fugiu para os Emirados Árabes.

A reportagem não localizou a defesa da investigada.

Angie Paola é alvo das duas fases da operação e, segundo o Ministério Público, também responde pela acusação de lavagem de dinheiro. Ela foi presa em março de 2024, quando tentava embarcar do Aeroporto Internacional de Rio Negro, na Colômbia, para a República Dominicana. O nome da colombiana estava incluído no alerta vermelho da Interpol, o que permitiu que as autoridades locais a detivessem.

Depois de meses de trâmites diplomáticos, o governo da Colômbia autorizou a extradição de Angie Paola, e ela foi entregue às autoridades brasileiras. Ela está presa desde 28 de fevereiro no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio.

De acordo com a Promotoria, o esquema da quadrilha seguia um padrão já conhecido no Brasil, mas com um diferencial: o roubo de criptoativos, como bitcoin e outras moedas digitais. Segundo as investigações, Angie Paola e uma comparsa também colombiana se apresentavam como empresárias, usando outros nomes, e pediam orientação para aplicar em criptomoedas.

Elas se aproximavam das vítimas, geralmente em bares, festas ou encontros marcados por aplicativos, e colocariam substâncias sedativas em suas bebidas. Com a pessoa desacordada, conseguiam desbloquear celulares e acessar carteiras digitais, fazendo transferências de altos valores.

Na primeira fase da operação, realizada em dezembro de 2023, o Ministério Público denunciou quatro colombianos, incluindo Angie Paola, por um assalto no Rio de Janeiro. Nesse caso, a vítima foi dopada e teve cerca de R$ 125 mil em criptoativos roubados, além do celular e outros pertences.

Um dos envolvidos, José Daniel Agudelo Puerta, foi preso com um documento falso e também foi acusado de falsidade ideológica. A defesa do investigado não foi localizada pela reportagem.

Outra integrante do grupo, apontada como comparsa de Angie nas abordagens às vítimas, foi presa na Colômbia e aguarda extradição para o Brasil. A Justiça brasileira já deu início ao processo.

A segunda fase da operação foi realizada em São Paulo, onde três crimes semelhantes teriam sido cometidos. Nas buscas na capital paulista, policiais e promotores encontraram uma lista com 12 nomes de homens, possíveis alvos da quadrilha.

Com a análise dos celulares apreendidos e a quebra de sigilo de mensagens, os investigadores conseguiram identificar novos alvos e aprofundar o caso.

Dessa vez, o Ministério Público denunciou seis colombianos, incluindo os quatro já indiciados na primeira fase, sob acusação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e mais dois roubos. A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão dos seis investigados.

De acordo com a Promotoria, as investigações continuam para identificar outros possíveis integrantes e aprofundar a análise sobre o esquema financeiro da quadrilha.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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