Protesto de motoristas bloqueia terminal Parque Dom Pedro 2º, em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um protesto motivado por uma disputa interna no SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) interrompeu a entrada e a saída de ônibus no terminal Parque Dom Pedro 2°, no centro de em São Paulo, por uma hora e meia na manhã desta quarta-feira (30).

O bloqueio foi montado às 9h40, e a circulação de ônibus foi retomada por volta das 11h10. O terminal é o maior e mais movimentado da capital, com 52 linhas de ônibus.

A manifestação contou com a adesão de 40 trabalhadores e foi capitaneada pelo secretário de saúde do SindMotoristas, Valdemir de Jesus Santos, que afirma que a atual presidência do sindicato não atua pelos trabalhadores nem dá satisfação à categoria.

“A gente veio atender ao clamor da categoria. A data-base do nosso dissídio é 1° de maio. Estamos entrando em setembro e ninguém fala nada. O presidente não se pronuncia, e a gente fica à deriva”, disse.

“A gente não é chamado para as reuniões e nem para as mesas com o sindicato patronal. Todas as categorias já fecharam suas mesas de negociação. E a nossa, que é tão importante, não tem resposta nenhuma”, acrescentou.

Diretor do SindMotoristas, Nailton Ferreira de Souza disse que a categoria avalia a possibilidade de uma greve na próxima semana.

“Vamos nos reunir na quinta-feira [1º] e, se não houver avanço nas negociações salariais, a gente pode entrar em greve na segunda”, disse Souza.

A assessoria do SindMotoristas afirmou, em nota, que Santos é irmão do ex-presidente da categoria e faz parte da oposição.

A nota afirma que o presidente Cristiano Porangaba, o Crizinho, e o diretores trabalham para conseguir o índice de reajuste acima dos 5,3% apresentado pelas empresas, inclusão de PLR e 30 minutos de almoço remunerado, e que assim que a campanha salarial for encerrada, o retroativo de maio será pago.

“Todo e qualquer avanço referente às negociações são prontamente informados nos canais oficiais da entidade, assim como informativos com 45 mil exemplares distribuídos aos trabalhadores nas garagens. Inclusive, o respectivo secretário é mantido informado de forma contínua e participou de série de reuniões com o patronal”, destacou a nota.

A assessoria do sindicato também afirmou que o movimento tem cunho eleitoral já que em outubro haverá pleito para escolha da nova diretoria do SindMotorista.

PASSAGEIROS AFETADOS

No terminal, passageiros buscavam informações sobre alternativas disponíveis para chegar aos seus destinos.

“Só soube agora dessa manifestação. Vou para a Barra Funda [zona oeste], vou pegar o metrô, então. Sempre quem sofre somos nós. A gente perde tempo, sofre com a falta de informação e não temos nada com isso”, disse a aposentada Nice Bezerra da Silva, 61.

“É um atraso para nós que dependemos dos ônibus. Vou para Barra Funda, mas nem vou pegar o metrô. Já que vou ter que andar, vou a pé de uma vez”, disse o cozinheiro Juan Carlos de Souza, 24.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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