SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do PSDB, Marconi Perillo, reagiu à entrevista do apresentador José Luiz Datena, pré-candidato tucano em São Paulo, em que ele lista condições ao partido para continuar com a pré-campanha e se compara a Joe Biden, presidente dos EUA que desistiu de disputar a eleição.
“O Datena sabe que o PSDB não é um partido dirigido por golpistas ou sacanas”, disse Perillo à Folha de S.Paulo.
“Eu tenho conversado com ele praticamente todos os dias, e ele está ciente de que, da nossa parte, jamais haverá qualquer motivação que o deixe inseguro. Jamais haverá, da parte de quem dirige o partido no país, no estado de São Paulo e na cidade de São Paulo, qualquer possibilidade de sacanagem com ele”, completou o dirigente tucano.
Perillo afirmou ainda que o PSDB não discute a eventual desistência de Datena, mas sim sua eventual vitória. “O que está em jogo não é desistência, o que está em jogo é a possibilidade grande que ele tem de ganhar e fazer um grande governo na cidade de São Paulo, que é a cidade dele.”
“Todas as conversas que temos tido têm sido assertivas, e todo o apoio tem sido dado à pré-candidatura dele por todos nós do partido. Ele tem toda a segurança para poder se candidatar a prefeito, apresentar o plano de governo dele, vencer as eleições e fazer um grande governo”, completou Perillo.
Datena, que já se filiou a 11 partidos e desistiu de concorrer quatro vezes, afirmou que precisa de respaldo do partido para confirmar sua candidatura e voltou a dizer que, se houver sacanagem ou confusão, ele sequer irá à convenção marcada para sábado (27).
Dirigentes tucanos procurados pela reportagem, no nível municipal, estadual e nacional, afirmaram manter a expectativa de que ele seja, sim, candidato apesar das portas de saída elencadas na entrevista. O discurso foi o de que o partido colabora e dá todas as condições para que ele concorra.
Já opositores de Datena dentro do PSDB, que integram a ala que apoia o prefeito Ricardo Nunes (MDB), demonstraram irritação com o apresentador pelas falas acusatórias em relação ao partido e pelo que enxergaram como falta de disposição em reconstruir a legenda.
CAROLINA LINHARES / Folhapress