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PSOL vê situação de Glauber Braga delicada após briga com rivais e isolamento no partido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cúpula do PSOL, partido do deputado federal Glauber Braga (RJ), vê poucas chances de reversão do processo de cassação dele na Câmara dos Deputados. Segundo aliados, pesa contra Glauber a dificuldade de articulação com congressistas de outros partidos, além do isolamento que ele enfrenta dentro da própria legenda.

Após o Conselho de Ética da Câmara aprovar o relatório que recomenda a sua cassação, na quarta-feira (9), Braga anunciou greve de fome sem ter comunicado previamente nenhum de seus colegas, incluindo a própria esposa, a também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). O gesto não foi bem visto entre os correligionários, que enxergam que o deputado teria “jogado a toalha” sobre a sua situação.

Ele é acusado de quebra de decoro por agressão a um militante do MBL no Congresso Nacional em 2024. Com a aprovação do relatório no conselho, o caso vai agora ao plenário, em data ainda não definida. Para que a cassação ocorra, é preciso maioria absoluta da Casa, de 257 votos entre 513 deputados.

Internamente, deputados e integrantes do PSOL reclamam que Braga tem adotado ações midiáticas em vez de tentar impedir a perda do próprio mandato, a começar pela opção de não contar com testemunhas em seu processo no Conselho de Ética.

À reportagem um dirigente disse, sob reserva, que o congressista deveria estar atrás de votos para garantir sua permanência em vez de dormir na Câmara, como também anunciou que passaria a fazer.

Ele passou a madrugada de quinta-feira (10) dormindo no chão do local onde funciona o Conselho de Ética.

Deputados também reclamam que Braga não tem conversado com seus companheiros de partido, dificultando ações conjuntas contra a sua cassação. O congressista integra uma ala do PSOL que defende maior independência em relação ao governo Lula (PT) e que faz oposição à corrente majoritária do partido, composta por quadros como o deputado Guilherme Boulos (SP) e a presidente nacional da sigla, Paula Coradi.

Coradi, junto da líder do PSOL na Câmara, a deputada Talíria Petrone (RJ), se reuniu na semana passada com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar chegar a algum acordo em relação ao psolista. Segundo aliados, Motta teria dito a ambas não ser de seu interesse livrar Braga de uma eventual cassação.

Para integrantes do PSOL, deputados de outros partidos não simpatizam com a figura de Braga, o que torna difícil convencê-los a votar contra a sua cassação. Um aliado argumenta que o próprio congressista nunca fez questão de tentar ser cordial com terceiros e que ele se tornou alvo preferencial do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL), a quem direcionou todas as críticas relativas ao uso político de emendas.

“Quem quiser chamar de greve de fome, chame como queira, mas vou dar manutenção a uma ação de não rendição ao orçamento secreto e a Arthur Lira e companhia”, disse Braga na quarta, após a aprovação do relatório no conselho.

Em 2024, ele citou investigação contra Lira no plenário e disse: “Não podemos ter um bandido sentado na presidência da Câmara”.

De acordo com psolistas, Lira tem atuado como principal fiador do processo de cassação. Com bastante influência nos bastidores, o ex-presidente estaria em contato com dirigentes de todas as siglas de centro e de direita para tentar derrubar o mandato de Braga.

O ex-presidente da Câmara nega. Na quarta-feira, disse que a representação contra o deputado psolista foi feita pelo partido Novo, não por ele.

Nesta quinta, apoiadores promoveram um ato inter-religioso em apoio ao congressista do PSOL dentro do Congresso.

JULIANA ARREGUY / Folhapress

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